Abstract

O artigo apresenta um panorama das principais produções cinematográficas realizadas por mulheres negras brasileiras e de como suas obras se constituem no conceito de Cinema Negro no Feminino. Reflete sobre o caráter ideológico de gênero e raça e do processo feminino de identidade negra no cinema. Observa-se que ao produzirem e dirigirem filmes, as mulheres negras edificam o cinema como espaço de pertencimento e de referência da história e da cultura negra. Seus trabalhos têm possibilitado leitura afetiva, política e geográfica, e constroem uma cinematografia fora da estereotipia, descortinando novas visões de mundo, em que o cinema é entendido como espaço de identidades, manifestações, expressões e cidadania. Constata-se que o cinema produzido por mulheres negras tem marcado uma territorialidade sedimentada no desenvolvimento humano, criando e recriando mundos e possibilidades de amor e afetos.

Highlights

  • Mulheres negras na construção de um cinema negro no femininoAncestrais tecnologias curativas anciãs tecnologias orgasmativas dazantiga tecnologia contraceptivas (famoso “cola-velcro” é pura tecnologia dazamiga (Trecho do poema “Baleias”, de Tatiana Nascimento).

  • Jefferson De e Daniel Santiago organizaram, dentro do 11o Festival Internacional de Curtas de São Paulo, um encontro de cineastas negros brasileiros, onde lançam o “Movimento Dogma Feijoada”, que proclamava sete mandamentos ou regras para o cinema negro: 1) o filme tem de ser dirigido por um realizador negro; 2) o protagonista deve ser negro; 3) a temática do filme tem de estar relacionada com a cultura negra brasileira; 4) o filme tem de ter um cronograma exequível; 5) personagens estereotipados, negros ou não, estão proibidos; 6) o roteiro deverá privilegiar o negro comum brasileiro; 7) super-heróis ou bandidos deverão ser evitados (Carvalho 2005, 96).

  • No dizer do cineasta Jeferson De (2013 s/p): Alma no Olho fundou o que 'conceitualmente' chamo de Cinema Negro Brasileiro, foi dirigido por Zózimo Bulbul (com restos de negativo do filme Compasso de Espera, de Antunes Filho).

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Summary

Mulheres negras na construção de um cinema negro no feminino

Ancestrais tecnologias curativas anciãs tecnologias orgasmativas dazantiga tecnologia contraceptivas (famoso “cola-velcro” é pura tecnologia dazamiga (Trecho do poema “Baleias”, de Tatiana Nascimento). Jefferson De e Daniel Santiago organizaram, dentro do 11o Festival Internacional de Curtas de São Paulo, um encontro de cineastas negros brasileiros, onde lançam o “Movimento Dogma Feijoada”, que proclamava sete mandamentos ou regras para o cinema negro: 1) o filme tem de ser dirigido por um realizador negro; 2) o protagonista deve ser negro; 3) a temática do filme tem de estar relacionada com a cultura negra brasileira; 4) o filme tem de ter um cronograma exequível; 5) personagens estereotipados, negros ou não, estão proibidos; 6) o roteiro deverá privilegiar o negro comum brasileiro; 7) super-heróis ou bandidos deverão ser evitados (Carvalho 2005, 96). No dizer do cineasta Jeferson De (2013 s/p): Alma no Olho fundou o que 'conceitualmente' chamo de Cinema Negro Brasileiro, foi dirigido por Zózimo Bulbul (com restos de negativo do filme Compasso de Espera, de Antunes Filho). Mulheres negras na direção de cinema “O cinema é uma AR-15 e nós negros [e negras] brasileiros[as] sabemos atirar”

Zózimo Bulbul
Considerações finais

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