Abstract

Este artigo tem por objetivo divulgar o resultado de minha pesquisa realizada no Doutorado e as reflexões de seu produto final, o texto de tese, defendido pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de Uberlândia em março de 2018. Dando continuidade à s proposições teórico-metodológicas, esse trabalho se apresenta também como possibilidade de ampliar as discussões cujo foco se concentra na relação entre música sertaneja e circo-teatro, sobretudo a produção artística de José Fortuna (1923-1983) em sua experiência com trupe Os Maracanãs na cena paulista de teatro circense entre os anos de 1950-1980. A fim de problematizarmos a complexidade das relações que se constrói entre música sertaneja e circo-teatro à luz de um contexto repleto de transformações socioculturais, marcado pela idealização e materialização do projeto nacional-desenvolvimentista a partir dos anos de 1950, debruçamos sobre as práticas desse artista da música sertaneja. Como sujeito que experimenta o êxodo rural e compartilha das dificuldades de famílias inteiras que deixam o campo passando a viver nos bairros periféricos das grandes cidades, compondo uma massa de trabalhadores pobres aglutinados nos bairros marginais, José Fortuna produziu um repertório que não mais dualizava campo e cidade. Pelo contrário. Fruto de seu tempo, a sua produção artística se apresentou como uma forma de reenraizamento, de conectar-se ao campo mesmo estando distante dele. Mas não só. Com ela se experimentava das novas transformações sociais, possibilitando combinações diferentes à música rural como os novos temas da vida urbana, pinçados pela linguagem artística dos melodramas teatrais encenados no palco do circo.

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