Abstract

Resumo O objetivo deste artigo é verificar a aplicabilidade dos modelos de rebeliões rurais das ciências sociais para a compreensão das rebeliões rurais tardo-romanas. Para isso são descritos e apresentados alguns dos modelos-chave de rebeliões rurais e seus contextos históricos ou antropológicos de pesquisa originais. Nesse sentido, proponho que alguns dos modelos discutidos contribuem efetivamente para a compreensão dos relatos sobre as ações dos bagaudas e dos circunceliões, respectivamente, na Gália e na África tardo-romanas, uma vez que eles articulam as atividades dos bagaudas e dos circunceliões com as condições de vida e de trabalho das comunidades rurais de onde surgiram.

Highlights

  • El propósito de este artículo es verificar la aplicabilidad de los modelos de rebeliones rurales de las ciencias sociales para la comprensión de las rebeliones rurales romanas tardías

  • Para eso se describen y se presentan algunos de los modelos clave de rebeliones rurales y sus contextos históricos o antropológicos de la investigación original

  • As insurreições contra a dominação e a exploração constituem os eventos mais visíveis (e de forma alguma os únicos) desse tipo de resistência e, por isso, a temática da insurreição é importantíssima para a compreensão do ser humano como sujeito da própria história

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Summary

Modelos teóricos para revoltas rurais

O s modelos de rebelião rural produzidos no século XX em geral partem de uma problemática comum, buscando entender os fatores que iniciaram e mantiveram os levantes camponeses que surgiram no contexto do desenvolvimento capitalista. Assim como para Thompson, a economia moral de Scott seria a expressão de um conjunto de práticas e costumes tradicionais, mas construída e articulada pela solidariedade entre os habitantes de uma comunidade camponesa. Onde os cultivadores são dependentes dos rendimentos da produção na terra, situação comum em contextos com muitos pequenos proprietários, e os não-cultivadores têm seus rendimentos ligados a um capital comercial, o modelo de conflito agrário é o que almeja o controle do preço das mercadorias rurais (commodity reform movement). Parece-me significativo que se possa a partir dos panegíricos reconhecer que as revoltas são vistas como uma resposta à crise social (pobreza nas colheitas, mortes, doença) e que o discurso, ao enaltecer o imperador Maximiano, também elabora sua figura como um garantidor da justiça para os rustici, desde que obedientes à ordem romana. E para delinear suas relações com as comunidades, os modelos teóricos são necessários

Crise de hegemonia e modalidades de rebeliões
Referências bibliográficas
Estudos Modernos
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