Abstract

Evidenciando-se como uma atividade humana bastante antiga, praticada desde os primórdios da humanidade, a mineração, com o decorrer do tempo e do desenvolvimento cultural, tornou-se cada vez mais importante para os diversos povos nas mais diversas regiões do globo. Os empreendimentos minerários de grande porte geralmente consomem grandes volumes de água, muitas vezes estabelecendo uma competição por este recurso natural e muitas regiões do globo. O Brasil, e o Estado de Minas Gerais, e mais especificamente a região do Quadrilátero Ferrífero (QF), têm experimentado uma aceleração exponencial por demanda hídrica. No caso do QF, uma demanda em torno do abastecimento hídrico da crescente Região Metropolitana de Belo Horizonte (BMBH), a terceira maior região metropolitana do Brasil, atrás apenas das de São Paulo e Rio de Janeiro, e também da crescente demanda hídrica pelos novos projetos minerários e pela expansão dos já existentes. A Formação Cauê, uma unidade geológica rica em minério de ferro de alta qualidade, interseciona-se com o Aquífero Cauê, o mais importante manancial hídrico subterrâneo do QF. A inevitável e necessária exploração do minério de ferro da Formação Cauê e as atividades minerárias e obras de engenharia decorrentes constituem um conflito socioambiental, pois, ameaçam a integridade do Aquífero Cauê, responsável, em última instância, pelo abastecimento hídrico da RMBH. Muitas questões ainda não foram adequadamente respondidas relativas à real dimensão do conflito, bem como das consequências de eventual desastre ambiental na bacia hidrográfica do Rio das Velhas, a montante da estação de captação hídrica de Bela Fama.

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