Abstract

O presente trabalho objetivou estudar a distribuição da reserva de K e Mg nas diferentes classes da fração areia de solos do Triângulo Mineiro, destacando-se o potencial de liberação de formas não-trocáveis e estruturais destes nutrientes para as plantas. A seleção do local de amostragem foi definida com base nas diferenças entre os materiais de origem (Grupo Bauru, Araxá, São Bento e Coberturas Detrítico-Lateríticas Terciárias), estádio de desenvolvimento dos solos e representação espacial das litologias. Amostras da fração areia dos solos foram separadas em areia leve (AL) e pesada (AP) com uso do bromofórmio (densidade 2,8 g cm-3) e, por meio de um conjunto de peneiras, a fração AL foi separada em cinco classes diferentes: areia muito grossa (AMG), areia grossa (AG), areia média (AM), areia fina (AF) e areia muito fina (AMF). Os teores totais e não-trocáveis de K e Mg foram obtidos após digestão das amostras com HF, HNO3 e H2SO4 concentrados e com HNO3 1 mol L-1 fervente, respectivamente. Na caracterização mineralógica da fração areia, utilizou-se a difração de raios-X. A fração areia dos solos é composta basicamente por quartzo, com predomínio de minerais leves e de menor tamanho (AF e AMF). Em geral, os difratogramas de raios-X da fração areia apresentaram apenas reflexões discretas de minerais primários fontes de nutrientes (MPFN), como mica e feldspato. Dentro da AL, os maiores teores de K e Mg totais foram advindos das frações mais finas (AF e AMF), tendo a fração AM apresentado a menor liberação de formas não-trocáveis destes nutrientes. Observou-se que solos com teores totais elevados de K e Mg na fração areia, geralmente, apresentaram maior capacidade de liberação de parte desses nutrientes para a solução do solo, atribuída à maior presença de MPFN. A fração areia dos solos originados de arenito da Formação Uberaba e de migmatito/micaxisto do Grupo Araxá apresentaram as maiores reservas e liberação de K e Mg.

Highlights

  • A reserva de K nos solos está associada, principalmente, à presença de biotita, ortoclásio, microclínia e muscovita (K estrutural) e de minerais secundários do tipo 2:1, com alta densidade de carga negativa (K não-trocável) (Song & Huang, 1988)

  • A fração areia dos solos é constituída basicamente por quartzo, com apenas reflexões discretas de minerais primários fontes de nutrientes (MPFN), como mica e feldspato (Figura 1)

  • Dentro do Grupo Bauru, a Formação Uberaba originou solos com reserva elevada de K (Quadro 4), graças à abundância de mica e feldspato em todas as subdivisões da fração areia (Quadro 2), o que permitiu uma grande liberação de formas não-trocáveis do nutriente, especialmente nos solos mais jovens (Quadro 5, amostras 6 e 7), sem um esgotamento imediato das reservas da fração areia (Figura 4)

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Summary

Amostragem dos solos

A seleção do local de amostragem foi definida com base nas diferenças entre os materiais de origem dos solos, contemplando diferentes grupos geológicos ocorrentes no Triângulo Mineiro: Grupo Bauru, Grupo Araxá, Grupo São Bento e Coberturas Detrítico-Lateríticas Terciárias (Quadro 1). O número de solos em cada grupo foi definido de acordo com a representação espacial das litologias, sendo as amostras do Grupo Bauru tomadas em maior número. Foi feita amostragem em todas as formações geológicas encontradas no Triângulo Mineiro. Considerando a baixa reserva de nutrientes dos arenitos das Formações Adamantina e Marília e a homogeneidade mineralógica da fração areia de Quadro 1. Classe(1), material de origem(2), análise textural(3) e localização dos solos amostrados na região do Triângulo Mineiro

Ituiutaba Araguari
Separação de minerais leves e pesados
Separação das frações da AL
Separação das frações da AP
Mineralogia da fração areia e de suas subdivisões
NVdf Bt
ACt Bt
Amostra Classe Horizonte AT
AF AMF
LITERATURA CITADA
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