Abstract

O objetivo deste artigo é analisar os elementos centrais da crítica realizada por Axel Honneth ao pensamento de Michel Foucault, em Crítica do Poder, articulando-a com sua análise da obra do chamado "círculo interno" da Escola de Frankfurt, principalmente Adorno e Horkheimer. Dessa maneira, entende-se que Honneth opera uma aproximação do pensamento foucaultiano à tradição crítica frankfurtiana, com ênfase em deficiências comuns que apontam para uma filiação entre os autores e, ao mesmo tempo, para sua insuficiência na análise da sociedade contemporânea. Tal leitura, contudo, em que pese sua inovação em pôr lado a lado Foucault e Habermas enquanto desenvolvimentos rivais da Teoria Crítica, é limitada tanto cronologicamente, por não levar em consideração a reorientação realizada por Foucault, a partir de 1978, quanto por identificar problematicamente as noções de poder e dominação. Essa limitação não inviabiliza, entretanto, manter o gesto de convergência entre o pensamento foucaultiano e a Escola de Frankfurt, pensando-o através de uma via positiva, que não se restrinja às limitações das suas ferramentas críticas, mas que, ao contrário, ao focalizar a radicalidade de tal crítica, torne possível destacar a sua atualidade.

Highlights

  • Quando se defronta com o pensamento foucaultiano, em Crítica do Poder, Honneth se serve de boa parte dos argumentos empregados na análise acerca da primeira geração da teoria crítica, de sorte que o entendimento de seu ponto de partida, a noção de déficit sociológico, além das questões do nível funcionalista de análise, o paradigma da dominação da natureza que produz o entendimento exclusivo de uma modalidade de ação social e a desconsideração de determinados progressos da modernidade, são fundamentais para compreender a sua leitura de Foucault

  • É preciso optar ou por uma filosofia crítica que se apresentará como uma filosofia analítica da verdade em geral, ou por um pensamento crítico que tomará a forma de uma ontologia de nós mesmos, 10 Trabalho fundamental também por ter sinalizado para a convergência positiva posteriormente realizada por Honneth (2008), na qual se propõe a reabilitação do potencial da teoria crítica através da psicanálise e em direção ao diagnóstico das patologias sociais, campo de investigação que reuniria todos os pensadores da Escola de Frankfurt, relativizando, assim, a divisão entre círculo interno e círculo externo

  • It is understood that Honneth makes an approximation between Foucault’s thinking and the Frankfurt School critical tradition, emphasizing common deficiencies that indicate an affiliation between these authors, while at the same time noting their failures in the analysis of contemporary society

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Summary

Introduction

Quando se defronta com o pensamento foucaultiano, em Crítica do Poder, Honneth se serve de boa parte dos argumentos empregados na análise acerca da primeira geração da teoria crítica, de sorte que o entendimento de seu ponto de partida, a noção de déficit sociológico, além das questões do nível funcionalista de análise, o paradigma da dominação da natureza que produz o entendimento exclusivo de uma modalidade de ação social e a desconsideração de determinados progressos da modernidade, são fundamentais para compreender a sua leitura de Foucault.

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