Abstract

O presente ensaio teórico, em caráter de revisão narrativa de literatura, visa caracterizar o escopo das discussões sobre a medicalização da infância no campo da atenção à saúde em transtornos de déficit de atenção e hiperatividade no âmbito da abordagem psicanalítica. Parte da caracterização do fenômeno da medicalização do social e da infância em articulação com os desenvolvimentos na psicopatologia psiquiátrica a partir da consolidação do modelo sindrômico e organicista baseado em evidências epidemiológicas para tecer um contraponto crítico a partir da psicopatologia psicanalítica. Apresenta as principais hipóteses sobre a especificidade desse tipo de sintomatologia, indicando um mecanismo de falha de simbolização que não está necessariamente ligado a uma estrutura clínica específica. Discute também a incidência de fatores socioculturais da atualidade na produção e sustentação desse tipo de saída para os conflitos emocionais das crianças. Conclui pela reafirmação de uma posição de singularização e colocação em perspectiva histórica o sofrimento do sujeito como condição para o trabalho de escuta desses casos.

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