Abstract

Somos socializados historicamente em uma sociedade que reproduz e naturalizada as desigualdades de gênero. A ciência, que é resultado da construção humana, reproduz em seu interior os valores socioculturais da sociedade, se constituindo assim, de forma androcêntrica e sexista, restringindo e excluindo historicamente as mulheres de seu contexto. Fazer ciência exige dedicação de tempo integral para o cumprimento das atividades ligadas à pesquisa, ensino e extensão, demandas que desconsideram as particularidades das mulheres, como a vivência da maternidade, que, por pelo menos um determinado período, também exige dedicação em tempo integral de cuidados. O artigo refere-se a uma pesquisa qualitativa exploratória, ancorada nos Estudos Culturais, na perspectiva pós-estruturalista, objetivando, a partir do uso de questionários, investigar se a maternidade impacta a carreira das docentes da Universidade Federal do Pampa, bem como analisar de que forma as mesmas conciliam as demandas entre a maternidade com a carreira na ciência. Percebemos, a partir da pesquisa, que a conciliação da maternidade com a careira científica impacta de alguma forma, a carreira das cientistas mães, representando para muitas, um dilema constante de sobreposições de papéis, consequência tanto da ciência androcêntrica quanto da sociedade, que responsabiliza majoritariamente as mulheres pelos cuidados com a vida privada.

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