Abstract

A educação de surdos teve seu início no século XVI e a partir deste marco histórico educadores de surdos de algumas partes do mundo se empenharam em elaborar materiais pedagógicos e, mais adiante, lexicográficos para o ensino da língua de sinais, apesar da abordagem oralista ter sido a precursora. Este estudo se apoia em marcos históricos e contextuais da educação de surdos e objetiva conhecer o percurso histórico da elaboração de materiais lexicográficos e pedagógicos para a educação de surdos, do século XVIII ao XXI e inventariar algumas produções de Portugal e do Brasil, não deixando de refletir sobre as concepções didático-pedagógicas intrínsecas às obras selecionadas. Para tal, realizou-se uma pesquisa bibliografica e documental em busca de obras de referência produzidas em diferentes períodos históricos e diferentes países, em especial, em Portugal e no Brasil. Com base nos estudos realizados destacamos que existe uma quantidade considerável de materiais lexicográficos, produzidos de forma impressa, em CD-Rom, DVD e, atualmente, online. Tais materiais mantém uma tradição iconográfica, independentemente de seu formato. Percebe-se por meio do estudo que os materiais pedagógicos para a educação de surdos sempre foram elaborados com o fito de incrementar a prática pedagógica.

Highlights

  • A educação de surdos teve seu início no século XVI e, a partir de tal período, houve a produção de materiais lexicográficos e pedagógicos para o registro das línguas gestuais ou de sinais

  • Upon the beginning of deaf education in the 16th century, the production of lexicographic and pedagogical materials to record sign languages started in some specialized schools

  • This study aims to discover and list Portuguese and Brazilian lexicographic and pedagogical materials for the education of the deaf and reflect on their didactic-pedagogical planning from the 18th century onwards

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Summary

Materiais internacionais impressos nos séculos XVIII e XIX

Tal como a educação pública para surdos começou na França, na cidade de Paris, pela mão do Abade de L’Épée (1760), também foi neste país que encontramos as primeiras tentativas de registrar, de forma organizada e sistemática, uma língua gestual ou de sinais. A maioria dos dicionários utilizava palavras do francês para descrever os gestos ou sinais, e, por esta razão, depreendemos que esses materiais eram mais para os professores do que para os alunos surdos. Podemos afirmar que Bébian foi o primeiro autor a refletir em seus trabalhos sobre a noção gramatical de uma língua gestual ou de sinais e a necessidade de criar materiais didáticos para a educação de surdos por meio da língua gestual ou de sinais, da língua escrita e da imagem. Infelizmente, com a mudança de política no Instituto Real de Surdos-Mudos de Paris, com a chegada do Barão Joseph-Marie de Gérando à administração, coadjuvado por Jean Itard, Bébian acabou por ser afastado do Instituto, e o seu trabalho foi interrompido, assim como a utilização da língua gestual ou de sinais como meio de ensino dos surdos. Esses dois séculos são considerados como a época de ouro da lexicografia das línguas gestuais ou de sinais, e também a época de ouro da educação de surdos, devido à utilização de tal língua como meio de ensino aos surdos e à existência de professores surdos

Materiais internacionais impressos nos séculos XX e XXI
Materiais pedagógicos portugueses e brasileiros: ensino de língua e linguagem
Os materiais multimídia em CD-ROM e DVD para a LGP
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