Abstract
O artigo, inicialmente, problematiza a ampla utilização nos estudos sobre pobreza desde uma perspectiva marxista da “Lei Geral da Acumulação Capitalista”, apresentada por Marx no capítulo XXIII do Livro Primeiro de O Capital. Tais estudos parecem considerar que, nesse capítulo, o objetivo específico de Marx é discutir a questão da pobreza. Em seguida, o artigo sustenta que a rigor a Lei não consiste, como costuma ser lida, em uma “teoria da pauperização” desenvolvida por Marx. Com isso, revela, na sequência, que o seu objetivo é examinar a influência que o aumento do capital tem sobre a sorte da classe trabalhadora a partir da apresentação da lei tendencial característica da dinâmica do capitalismo. Destaca-se que na exposição realizada por Marx são colocadas em questão as condições vitais e de trabalho de forma ampla, não limitando a análise à preocupação com possíveis aumentos salariais ou melhoria da qualidade de vida como resultado de um maior acesso ao consumo no interior dessa forma de organização social.
Highlights
ALei Geral da Acumulação Capitalista, apresentada por Marx no capítulo XXIII O Capital – Livro 1, é utilizada amplamente nos estudos sobre pobreza desde uma perspectiva marxista, ganhando destaque a dinâmica que produz e reproduz população excedente e, consequentemente, pauperização
Nos anos de 1960 e princípios de 1970, estavam convencidos de que, com o resultado do pleno emprego e do aumento no nível de vida dos trabalhadores, ficava patente que a análise de Marx sobre o desenvolvimento do capitalismo era completamente falsa
Na crítica a essa posição, assinala Heinrich (2008), os marxistas passaram a diferenciar entre “pauperização absoluta” – declínio do nível de vida da classe trabalhadora em termos absolutos, e “pauperização relativa” – diminuição em termos relativos da participação da classe trabalhadora na riqueza social, apesar do aumento no nível de vida
Summary
ALei Geral da Acumulação Capitalista, apresentada por Marx no capítulo XXIII O Capital – Livro 1, é utilizada amplamente nos estudos sobre pobreza desde uma perspectiva marxista, ganhando destaque a dinâmica que produz e reproduz população excedente e, consequentemente, pauperização.
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