Abstract

Este trabalho realizou um diagnóstico sobre os aspectos socioeconômicos, produtivos e ambientais de mulheres da Associação das Marisqueiras na Área da Reserva Extrativista Marinha Mãe Grande Curuçá, Estado do Pará. Foram entrevistadas 20 extrativistas por meio de formulários semiestruturados, além de observação não participante e diário de campo. Os dados quantitativos foram analisados descritivamente. Os resultados indicaram que as entrevistadas pertenceram a diferentes faixas etárias, sendo a maioria solteira, com baixo grau de instrução e de poder aquisitivo. Elas são nativas de Curuçá e afiliaram-se à associação, sobretudo, por falta de oportunidade de emprego, mas, até o momento, não tiveram nenhum benefício. Moluscos e crustáceos são extraídos pelas mulheres, totalizando seis etnoespécies, podendo haver a participação familiar, e com destino principal para o autoconsumo e o excedente para a comercialização a preços variados, mas a poluição ambiental é um dos principais problemas percebidos e que afeta a produção e o trabalho. As conchas e exoesqueletos dos mariscos são descartados indevidamente no meio, mas podem ser coletados pelo serviço público de coleta de resíduos, usados em remédio caseiro ou vendidos como insumo para o artesanato. A maioria das marisqueiras tem ações para minimizar a superexploração e/ou o desaparecimento dos mariscos e já participou de cursos e/ou atividades sobre Educação Ambiental. Portanto, o perfil socioeconômico e extrativo dessas marisqueiras é similar aos outros encontrados em outros estudos, e que estão vulneráveis ao desaparecimento dos moluscos, que é uma de suas fontes de renda e alimento, por causa dos problemas ambientais vigentes.

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