Abstract

O gesto de ler-escrever é tomado aqui como objeto e problema. É analisado pelos conjuntos conceituais: 1) a arquiescritura deste duplo ler-escrever encontra no termo escrileitura sua melhor operação: aqui, apresentado e experimentado; 2) com a noção de margens, o gesto de ler-escrever é mostrado em sua estruturalidade - uma estrutura sem centro, sem origem, disponível à disseminação de sentidos -, suplementaridade - como o remetimento de um signo ao outro, como crítica à noção de complementação de sentido, contra a ideia de uma identidade textual - e iterabilidade - pois um texto é sempre o nascimento do novo, assim como sua leitura, fazendo com que a escrileitura seja esse gesto de criação, que se dá sempre pela segunda vez -; 3) os indecidíveis são entendidos como operadores que respondem às questões próprias do espaço, onde o ler-escrever se movimentam, argumentando que a lógica da suplementaridade atua aditivamente e não por exclusão. Enviado em: 30 de maio de 2016.Aprovado em: 01 de agosto de 2016.

Highlights

  • - Porque não faz diferença. - E qual é a coisa mais difícil? - Conhecer-se a si mesmo

  • Penso que é compatível com o conjunto da filosofia derridiana dissolver a fronteira entre filosofia e literatura como formas distintas de mover o pensamento, mas igualmente potentes, como estilos diferentes de pensar a cultura

  • O artigo argumenta que a abertura que sustenta conceitualmente o duplo leitura-escritura é o jogo de margens dinamizado em estruturalidade, ou seja, uma estrutura sem centro, sem origem, sem apoio, móvel e disponível à disseminação de sentidos; suplementaridade como o remetimento de um signo ao outro, como crítica à noção de complementação de sentido, contra a ideia de uma identidade textual; e iterabilidade à medida que um texto é sempre o nascimento do novo, assim como sua leitura, fazendo com que a escrileitura seja esse gesto de criação, que se dá sempre pela segunda vez

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Summary

Escrileituras

Dada a participação do grupo de pesquisa Estudos de Filosofia e Formação (EFF) no Projeto Escrileituras no período de 2011 a 2015, sob a coordenação da professora Sandra Mara Corazza (UFRGS), e com a participação das professoras Carla Gonçalves Rodrigues (UFPel) e Ester Maria Dreher Heuser (UNIOESTE), não há como deixar de se referir às conquistas teóricas e metodológicas que foram adquiridas ao longo deste período de pesquisa. Com o Projeto Escrileituras, aprendemos, eu e o grupo de pesquisa, a dar ao texto uma colocação que, mesmo com as leituras de Derrida, ainda não ocupava. Manter a distinção não significa que ele venha a operar com estes textos de forma distinta, como se a filosofia ocupasse um lugar diferenciado da literatura em termos de operação de pensamento. O exercício proposto a elas foi o da produção de uma escritura que excede o sentido inicial do texto, que traduz o texto a seu modo, tomando, como mesa de escritura, suas vivências, pois, como afirma Nietzsche (Ecce homo, Por que escrevo livros tão bons, § 1): “ninguém pode ouvir nas coisas, inclusive nos livros, mais do que já sabe.

Bachelard e uma escritora
Poe e uma leitora
Derrida e uma tradutora
Margens: dynamis em três movimentos
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