Abstract

Esse artigo analisa o binge watching, ou maratona de mídia, e os estudos de compulsão no consumo de mídia televisiva, e discute como a popularização desse comportamento vem modificando o modelo de se produzir conteúdo para televisão. Esse fenômeno começou timidamente com o videocassete e algumas programações especiais de canais de televisão a cabo, e hoje acontece de forma explosiva na transmissão de vídeo pela internet, provocando uma nova forma de produzir e consumir a cultura visual, em telas de televisão ou monitores de computador, smartphones e tablets. O Netflix e o YouTube são os principais expoentes na produção e distribuição de conteúdo voltado para o engajamento da audiência com aspectos viciantes, em um novo paradigma de distribuição da programação, por demandas individuais do espectador. Isso tem impactado especialmente na produção de séries da teledramaturgia, onde a narrativa se reestrutura com as novas perspectivas abertas pela tecnologia, buscando diferentes estratégias, tanto para a televisão broadcast quanto para a distribuição ponto a ponto, em ressonância com esse comportamento contemporâneo, como é abordado nesse trabalho.

Highlights

  • This article examines binge watching, known as media marathoning, and related studies in television media consumption, and discusses how the popularization of such behavior has been modifying the model of producing television content

  • Ao alinhar a capacidade tecnológica de distribuição da internet, sem limite de horário e local, com a liberdade de escolha do espectador, sobre o que quer assistir e como assistir, e o tratamento da dramaticidade das séries, tornando as temporadas em longas metragens de várias horas, a televisão pela internet passou a entregar o produto na forma que os espectadores esperariam consumir, para ser devorada em horas pela internet e na internet, nos mais diferentes formatos de tela, como a televisão e os monitores de computador, dos smartphones e tablets

  • Netflix boss predicts the end of broadcast TV Digital TV Europe

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Summary

Maratonas e assistênca compulsiva de vídeo

Nos últimos anos se tornou possível assistir a temporadas inteiras de uma série de televisão sem interrupções comerciais, praticamente em qualquer plataforma (tela), com a tecnologia de distribuição de vídeos por transmissão na internet. Presenciamos agora uma nova forma de distribuição, com as temporadas das séries sendo disponibilizadas com todos os seus episódios, no lançamento, que começou inicialmente com o Netflix e hoje é praticado por todos os canais de televisão produtores de séries, nos seus serviços pagos pela internet. Apesar do desenvolvimento de roteiro para a televisão da internet sugerir que novas estruturas de conteúdo passam a ser relevantes, algumas práticas são comuns na indústria do entretenimento: os criadores ainda são pagos para entregarem um certo número de episódios com uma duração pré-determinada, embora uma duração não ligada a intervalos comerciais. Há evidências que sugerem que, nesse caso, o conteúdo do Netflix talvez tenha mais em comum com outros tipos de conteúdo online, tipo as webséries previamente mencionadas. (Taylor, 2015, p. 3)

Binge watching e o espectador ativo
Desenvolvimento de roteiros para espectadores potencialmente compulsivos
Referências bibliográficas
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