Abstract

Particularidades estéticas do romance Dom Casmurro e da minissérie Capitu revelam a capacidade de discursos literário e audiovisual de representar singularidades da vida social brasileira do passado, bem como apontam problemas existenciais do representante de classe que conduz o enredo, provocando reflexões no presente. O tratamento oferecido à luta de classes pela narrativa de Machado de Assis e pela transcriação, assim como o modo através do qual o drama existencial é exposto, promovem um tipo de recepção entre leitores/espectadores capazes de rever o passado histórico em tempos que pedem tal revisão, ainda que a série televisiva aposte forçosamente no anticonvencional das imagens bem tratadas e da narrativa não linear. Machado apresentou a tensão entre representação e verdade (bem como entre produção de emoção e de reflexão) com a transfiguração do pathos de tragédia e a mobilização da figura patriarcal para o viés melodramático. Embora acrescidas de uma ironia orquestrada pelos elementos cênicos na versão audiovisual, tais soluções machadianas tenderiam a perder a força de desmascaramento dos sujeitos sociais, contudo a intensificação do melodrama pode evidenciar o que Machado disfarçou com intenções narrativas menos óbvias.

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