Abstract

Tornou-se lugar comum a constatação de que as "lutas por reconhecimento" são uma das maiores tendências da política contemporânea. No Brasil, esse debate surge com os movimentos negros e ganha maior visibilidade a partir das propostas de ações afirmativas. Por um lado, a estratégia desses movimentos tem se pautado em uma premissa de pureza racial na tentativa de criação de uma identidade étnica politizável; por outro, as suas demandas redistributivas buscam engajar o Estado em torno de políticas públicas que diminuam as diferenças socioeconômicas entre a população branca e a não-branca no país. Estamos aqui diante do dilema de como articular as políticas por reconhecimento e as políticas redistributivas. O objetivo desse texto é o de analisar essas questões à luz dos impasses discursivos do movimento negro.

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