Abstract

Esta revisão examina o conhecimento popular sobre plantas medicinais relacionadas à saúde da mulher entre os “quilombolas” brasileiros (comunidades afrodescendentes). Foram coletados dados secundários de 24 artigos publicados entre 2000 e 2021 que abordavam diretamente o conhecimento tradicional em comunidades quilombolas, e analisamos as frequências relativas de citação (FRCi), bem como a riqueza e semelhanças de espécies medicinais entre os diferentes biomas em que os quilombolas comunidades foram estabelecidas. O software “EthnobotanyR” foi utilizado para analisar as distribuições das frequências de uso de espécies medicinais utilizadas na assistência à saúde da mulher entre essas comunidades. Foi construído um banco de dados com informações referentes a 117 espécies medicinais utilizadas para a saúde da mulher nas 40 comunidades quilombolas estabelecidas na Caatinga (49 spp.), Mata Atlântica (44 spp.), Cerrado (29 spp.) e Amazônia (26 spp.) biomas. As espécies com maiores valores de FRCi foram Ruta graveolens (0,4) e Dysphania ambrosioides (0,16), ambas plantas exóticas amplamente cultivadas e utilizadas no Brasil. O presente estudo mostrou grandes indicações dos usos tradicionais de plantas medicinais para o tratamento de problemas de saúde em mulheres, principalmente para infecções e/ou inflamações vaginais e uterinas, mas também para o tratamento de condições adicionais de gravidez ou pós-parto. No entanto, serão necessários estudos adicionais para examinar mais de perto as propriedades benéficas dessas plantas, bem como quaisquer riscos potenciais que possam oferecer à saúde das mulheres.

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