Abstract
A maioria dos professores de Ciências no Brasil são graduados em Ciências Biológicas e a literatura científica nacional aponta que para estes é um desafio ensinar conteúdos de Física no Ensino Fundamental. O desafio aumenta com a prescrição pela Base Nacional Comum Curricular do conteúdo de Física distribuído ao longo de todos os anos do Ensino Fundamental. Nesse contexto, este artigo tem como objetivo apresentar e problematizar os resultados de uma investigação sobre a formação docente para o ensino de Física no Ensino Fundamental em Cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas. Para isso, foi feito o levantamento e a análise da carga horária e do conteúdo curricular de Física, através de arquivos on-line dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas de doze universidades do estado de Minas Gerais. Constatou-se que tais cursos de formação inicial apresentam uma carga horária exígua para o componente curricular de Física, o qual tem abrangência limitada dos conteúdos específicos e é desenvolvido sem vinculação com a prática de ensino para o nível fundamental.
Highlights
The challenge increases with the prescription by the National Common Curricular Base of the content of Physics distributed throughout all years of middle school
A survey and analysis of the workload and curricular content of Physics through online files from courses from twelve universities in Minas Gerais, Brazil It was found that such initial training courses have a small workload for the Physics curricular component, which has a limited scope of specific contents and is developed without being linked to teaching practice at the middle schools
Ainda há margens para pesquisas em cada contexto local e regional, para determinar quais as necessidades formativas específicas dos professores de Ciências em exercício quanto ao ensino de Física
Summary
O Quadro 1 mostra uma distribuição dos componentes curriculares de Biologia, Física, Química e Geociências ao longo de todos os anos finais do Ensino Fundamental. Isso modifica a programação convencional que desde a década de 1950 distribuía, nos níveis escolares correspondentes aos atuais anos finais do Ensino Fundamental nesse lapso temporal, os conteúdos de Geociências em parte do sexto ano; de Biologia em parte do sexto ano e no sétimo e oitavo anos; e de Física e de Química no nono ano (WORTMANN, 2001). Dessa forma, a BNCC, como documento normativo, prescreve aos professores de Ciências a realização de um trabalho multidisciplinar (isto é, referente a um conjunto de disciplinas mesmo sem a exigência de uma conexão entre elas) e a necessidade de incluir o ensino de Física ao longo de todos os anos finais do Ensino Fundamental.
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