Abstract
A crítica de Leibniz à prova a priori da existência de Deus, retomada de Anselmo por Descartes, resume-se à observação de que, antes de admitir a existência de um ser perfeitíssimo, é preciso provar a possibilidade d noção de um tal ser; e, para isso, é preciso mostrar a compatibilidade entre as perfeições divinas. A prova é correta, mas incompleta. Leibniz jamais completou essa prova, com exceção de um texto escrito em 1676, porque, para isso, precisaria lançar mão de sua Característica universal, cujos elementos seriam os pensamentos simples que exprimiriam as formas simples ou perfeições divinas. O projeto de criação de uma língua formal ou Característica universal, embora tenha permanecido inacabado, jamais foi abandonado por Leibniz. Todavia, ao delinear o projeto, Leibniz esclarece que a Característica explicaria com exatidão as verdades necessárias, mas não as verdades contingentes (as quais poderiam ser admitidas com alta probabilidade, mas não com exatidão). Ora, se fosse possível provar a compatibilidade entre as perfeições divinas,seria também necessário explicar como a incompatiblidade entre os mundos possíveis se origina dessa compatibilidade primordial; seria preciso explicar como o contingente nasce do interior do necessário.
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