Abstract

RESUMO: Gambarara (2007) analisa o manuscrito “N.10 – Notes pour un article sur Whitney”, afirma tratar-se de um documento capital para compreender Saussure e declara ter havido, na leitura e interpretação desse manuscrito, uma homogeneização e simplificação do conteúdo das diferentes anotações de Saussure que conduz a uma supervalorização de “l’expression du rapport que Saussure entretenait avec Whitney” (p.239). Acrescenta ainda que, apesar do fato de Saussure ter citado Whitney com interesse e respeito, o genebrino mantém “un certain détachement, si on les compare aux citations de Baudouin ou de Kruszewski” (p.271). Neste trabalho, propomo-nos a examinar o referido afastamento de Saussure, destacando sua afirmação sobre ser a linguagem uma instituição sem análogo (ELG, p. 182). Assumimos ser o conceito de social subentendido na citação recolocado de forma radical na noção saussuriana de sistema, permitindo a Saussure perseguir um tratamento formal da língua. Nossa discussão baseia-se numa pesquisa de natureza bibliográfica que tem como corpus de análise A vida da linguagem de Whitney, os manuscritos saussurianos Notas para um artigo sobre Whitney e Essência dupla da linguagem e o Curso de linguística geral.

Highlights

  • RESUMO Gambarara (2007) analisa o manuscrito “N.10 – Notas para um artigo sobre Whitney”, afirma tratar-se de um documento capital para compreender Saussure e declara ter havido, na leitura e interpretação desse manuscrito, uma homogeneização e simplificação do conteúdo das diferentes anotações de Saussure que conduzem a uma supervalorização da “expressão do relacionamento que Saussure mantinha com Whitney” (p.239)

  • Saussure and declares that there has been in the reading and interpretation of this manuscript a homogenization and simplification of the content of different notes of Saussure which lead to a overvaluation of “l’expression du rapport que Saussure entretenait avec Whitney” (p.239)

  • We assume that the concept of social implied in the quotation has been replaced in a radical way in the Saussurian notion of system, which allows Saussure to pursue a formal treatment of language

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Summary

WHITNEY E SAUSSURE: O ASPECTO SOCIAL E A FORMALIZAÇÃO DA LINGUÍSTICA

Voltamo-nos para o caráter “social” da língua e suas implicações na obra de um e outro autor, partindo precisamente do manuscrito mencionado, objeto de. Destacaremos dois pontos: a) a afirmação saussuriana sobre ser a linguagem “uma instituição sem análogo”, entendendo ser o conceito de “social” aí subentendido, recolocado de forma radical em sua noção de sistema, que comportará, no contexto da língua, acolher a ideia de um “sistema de valores puros” para além de um sistema de signos e b) o ponto de vista defendido por Milner (2012) quanto à relação de Saussure com o projeto científico da Gramática Comparada, segundo o qual Saussure não funda a linguística moderna, o que nos afasta da posição de Cruz (2010) quando afirma ser a inclusão da dimensão humana da linguagem o momento de inauguração da linguística moderna. Vamos nos valer do seguinte corpus de análise: A vida da linguagem (1875), de Whitney, os manuscritos saussurianos “Notas para um artigo sobre Whitney” e “Essência dupla da linguagem”, ambos publicados na edição de Bouquet e Engler dos Escritos de Linguística Geral (ELG), e, sempre que necessário, o Curso de Linguística Geral (CLG)

SAUSSURE
WHITNEY
O SOCIAL SEM ANÁLOGO
CONCLUSÃO
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