Abstract

Este artigo apresenta certas linhas singulares de subjetivação experimentadas pela juventude enquanto produção estético-cultural que configura a periferia como território existencial. Pretendemos contribuir para a discussão da relação entre hierarquização socioespacial das cidades e os processos de subjetivação de forma crítica aos processos de vitimização, criminalização e estigmatização juvenil. Buscamos nos orientar por um estudo com os sujeitos e não sobre os sujeitos. Três jovens envolvidos em ações culturais autônomas no território (como sarau, cinema, hip hop) foram acompanhados nestas e em outras atividades de seu cotidiano numa perspectiva etnográfica, descrita no diário de campo, bem como por meio da realização de entrevistas em história oral. Estas foram transcritas, textualizadas, transcriadas e organizadas em categorias temáticas. Privilegiamos as categorias relativas ao “território” e às “invenções estéticas na periferia” que nos permitiram evidenciar que o engajamento da juventude na produção estética na periferia opera como tática, estratégia de luta diante dos estados de dominação hegemônicos e de estigmatização aí presentes. A arte agencia possibilidades de invenção de territórios existenciais e de novos modos de subjetivar-se quando o estigma se converte em emblema; no orgulho de ser jovem, negro, pobre e periférico.

Highlights

  • This article presents certain singular lines of subjectivation experienced by youth as aesthetic-cultural production that configures the slum as existential territory

  • Entre a “rebeldia” e a agressividade de seus comportamentos, de um lado, e uma forma de resistência e expressão cultural, de outro, alguns estudiosos passaram a conceber tais agrupamentos como fazendo parte das “culturas juvenis”, nas quais a multiplicidade de atitudes e experiências conformava um modo de viver e reexistir na modernidade

  • Outros territórios existenciais têm se constituído a partir das histórias, das experiências, dos acontecimentos que se cruzam no espaço da periferia, especialmente no bojo dos coletivos culturais, enquanto movimentos sociais nos quais os jovens se engajam, principalmente naqueles desenvolvidos no campo das culturas ou das invenções estéticas

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Summary

Introduction

This article presents certain singular lines of subjectivation experienced by youth as aesthetic-cultural production that configures the slum as existential territory. O convite e a pactuação da pesquisa com esses jovens, contamos com o apoio de profissionais e organizações não governamentais que desenvolviam políticas culturais de engajamento juvenil nos circuitos culturais da periferia, particularmente aquelas que se davam na Zona Norte da cidade.

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