Abstract

Discute-se aqui o avanço do fenômeno da vigilância participativa nas mídias, tendo como objeto de análise produtos do jornalismo policial. Parte-se da hipótese de que, nas quatro décadas aqui englobadas, a ênfase na relação com a audiência passou da disciplinarização repressiva para a criação de agentes privados de justiça. O desenvolvimento da argumentação enfoca quatro produtos de diferentes períodos: o programa radiofônico de Gil Gomes (1977-1988), o televisivo Linha Direta (1999-2007) e os telejornais Cidade Alerta e Brasil Urgente (2020-2023). Nos casos mais recentes, há a incorporação de variadas imagens vigilantes na construção de um olhar policial homogêneo, que simultaneamente transfere funções securitárias ao espectador privado e intensifica o imaginário do medo que sustenta a necropolítica de segurança. Nota-se ainda o transbordamento crescente no papel e no lugar social de três instâncias – as mídias, a audiência e as instituições de justiça.

Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call