Abstract
Este artigo tem como objetivo discutir algumas das teses centrais do físico teórico e epistemólogo John Michael Ziman relativas à dimensão social da ciência. Ziman sustenta que, para um melhor entendimento das mudanças ocorridas na prática científica contemporânea, sobretudo das consequências geradas nas últimas décadas pelo que ele denominou de "ciência pós-acadêmica", é necessária uma abordagem que inclua aspectos não somente filosóficos, mas também sociológicos e históricos. Segundo Ziman, a supervalorização, na ciência pós-acadêmica, de valores ligados a uma cultura gerencial tem como consequências, a curto prazo, a alteração do éthos mertoniano e dos princípios filosóficos utilizados historicamente pelos cientistas como ideais reguladores; e, a longo prazo, a redução da capacidade cognitiva da ciência de produzir "novos mapas" da realidade. Ao analisar alguns conceitos-chave da obra de Ziman, tais como "consensibilidade", "consensualidade", "conhecimento público" e "ciência pós-acadêmica", esperamos debater a concepção de ciência desse autor, ainda pouco citado no Brasil.
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