Abstract

O trabalho tem como propósito auxiliar estudantes, pesquisadores e profissionais de Arqueologia a compreenderem a potencialidade de ocorrência de jazidas das principais matérias-primas líticas no Brasil em uma escala macrorregional. Essa potencialidade é apresentada de forma qualitativa e geologicamente setorizada: áreas que ocupam 42,7% do país e geologicamente conhecidas como Escudos Cristalinos, designados das Guianas, do Brasil Central e Atlântico; e áreas distribuídas no restante do território, as Bacias Sedimentares, sendo as maiores denominadas do Amazonas, da Foz do Amazonas, do Parnaíba, Sanfranciscana, do Pantanal e do Paraná. Em seguida, a potencialidade é mostrada com relação ao seu posicionamento nos maiores domínios paisagísticos brasileiros, denominados Amazônico, Cerrado, Mares de Morros, Caatingas, Matas de Araucária, Pradarias e Faixas de Transição. A escassez de atividades de campo da maioria dos cursos brasileiros de Arqueologia e Antropologia em geral não proporciona um embasamento em Mineralogia, Geologia e Geomorfologia para o desenvolvimento de pesquisas ou trabalhos arqueológicos. Nos casos específicos que envolvem investigações voltadas aos estudos líticos, esta realidade é agravada pela carência de mapas geológicos em escala apropriada. Para auxiliar a identificação das rochas e minerais mais frequentemente encontrados nos sítios arqueológicos brasileiros com material lítico são apresentados esquemas simplificados de classificação e identificação dos mesmos. Estes esquemas são particularmente úteis para identificar a natureza de matérias-primas líticas silicosas macroscopicamente similares e de grão muito fino como sílex, cherte, calcedônia, silcrete, arenito silicificado e quartzito fino, e as formas mais frequentes de quartzo. Embora não constitua propósito da pesquisa abarcar as matérias-primas pétreas da maioria dos sítios arqueológicos do Brasil, são feitas referências às naturezas líticas das indústrias de alguns deles.

Highlights

  • E também as retrações da Floresta Úmida Amazônica durante as fases pleistocênicas mais secas, quando esta cedeu lugar a vegetações abertas (Haffer 1969; Vanzolini 1992) como o Cerrado, simultaneamente à ocupação parcial de muitas áreas de Cerrado pela Caatinga no Brasil Central

  • In: Geologia do Continente Sul-Americano: Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida (Mantesso-Neto, V.; Bartorelli, A.; Carneiro, C.D.R.; Brito-Neves, B.B., Eds.), Beca, São Paulo: p. 595-612. (in Portuguese) (“Fanerozoic evolution of the Brazilian sedimentary basins”)

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Summary

Introdução

Em estudos sobre a economia de captação de matérias-primas líticas, uma questão relevante é a proveniência das jazidas dos materiais que foram potencialmente utilizados por grupos humanos no passado. U.C. Penha gerando solos e mantos de intemperismo que recobrem extensamente as rochas; (ii) afloramentos de determinadas matérias-primas com dimensões frequentemente muito reduzidas; (iii) grandes distâncias entre as possíveis jazidas e os sítios sob estudo; (iv) possibilidade de terem ocorrido intercâmbios humanos destes materiais por distâncias consideráveis; (v) escassez de mapas geológicos em escalas de detalhe e semidetalhe, inviabilizando a cartografia de eventuais jazidas líticas pequenas; e (vi) raridade de estudos petrográficos de rochas aproveitadas pelos grupos pré-históricos. Vale lembrar que mesmo alguns geológos que eventualmente integram equipes arqueológicas não fazem tal identificação de modo apropriado, de modo que recomenda-se também o uso de bibliografias especializadas

Matérias-primas líticas
Escudos cristalinos e bacias sedimentares
Domínios paisagísticos brasileiros
Identificação de matérias-primas líticas em campo
Matérias-primas líticas silicosas brasileiras mais frequentes
Findings
Discussões e conclusões
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