Abstract

Toda ironia relacionada ao ofício profético na Bíblia Hebraica brota do contraste entre a percepção do profeta e aquela da audiência. Favorecido por um olhar privilegiado, o profeta, com destreza artística, expõe a visão limitada, portanto inferior, de sua audiência. Como agente de ironia, o profeta desestabiliza sua audiência e lhe dá a capacidade de uma recomposição de visão. Contudo, em porções narrativas da Bíblia Hebraica encontramos uma quebra de expectativa em relação a essa perspectiva diferenciada. Nem sempre o profeta é retratado como agente de ironia. Em algumas ocasiões ele também é vítima. O primeiro exemplo desse fenômeno é encontrado na narrativa de Balaão. A ruptura do padrão se dá na história de Balaão através da íntima relação entre ironia e visão. Através da análise literária da história de Balaão em sua forma final, o presente artigo visa explorar a importância da relação entre ironia e visão na crítica a essa figura profética.

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