Abstract
Nas últimas décadas, tem sido debatido o estatuto científico da psicanálise, dos seus métodos de investigação e de produção de conhecimento. Numa perspetiva pluralista de ciência, defende-se a adequação dos métodos e instrumentos de investigação à especificidade do objeto de estudo. A psicanálise parte de uma conceção ontológica do sujeito dividido, conflitual e defendido. Partindo de uma investigação conceptual, ainda em curso, sobre o uso do conceito de contratransferência em psicanalistas, procurou-se construir um dispositivo adequado ao fenómeno em estudo utilizando uma metodologia psicanaliticamente informada. Recorreu-se à Entrevista Narrativa de Associação Livre (FANI) e à dinâmica que se estabeleceu no grupo de investigação, durante a análise do material, para aceder aos significados implícitos do conceito. Partindo da teorização de Bion sobre o pensamento, nomeadamente os conceitos de capacidade negativa, trabalho de sonho alfa e facto selecionado, refletiu-se e explicitou-se o processo subjacente aos procedimentos de análise das entrevistas. Assim, o presente artigo pretende dar contributos teórico-metodológicos para a clarificação da investigação em psicanálise fora do quadro analítico.
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