Abstract

Pretende-se, no presente texto, refletir e promover um debate sobre a decolonialidade da educaçãosuperior numa relação estreita com a problemática da interculturalidade critica. Muitas propostas de uma "educação decolonizadora" pretendem substituir a natureza da educação ocidental pela educação indígena nativa, substituindo a língua oficial por línguas nativas. Embora louvável, esse esforço fica aquém quando se trata da tarefa de uma decolonialidade profunda e estrutural. Os educadores são formados para reproduzir fielmente a epistemologia dominante, numa matriz institucional e curriculardada e herdada da época colonial, com o desejo de "produzir" cidadãos que respondam ao projeto nacional dominante, ele próprio submetido ao projeto internacional dominante. Uma educação decolonial implica a consciência dos etnocentrismos, androcentrismos e antropocentrismos em praticamente todos os sistemas de educação e modelos epistêmicos. Conferir dignidade ontológica aos povos originários e dignidade epistemológica aos seus saberes contribuirá para a construção de uma nova geopolítica do conhecimento.

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