Abstract

O contexto atual da educação superior brasileira favorece sobrecarga de trabalho aos docentes, devido, entre outros fatores, ao aumento na proporção do número de alunos por professor. Além disso, a atual instabilidade nas políticas públicas na educação tende a adicionar outros fatores que podem impactar tanto o desempenho em sala de aula como a qualidade de vida dos docentes de forma diferenciada no ensino público e privado. A inteligência emocional tem atraído crescente interesse da academia e já é sabido que pode possibilitar melhor desempenho no trabalho, maior blindagem a possíveis efeitos nocivos do ambiente profissional e melhor qualidade de vida Dada sua importância, este estudo teve por objetivo verificar se há diferenças significativas nos níveis de inteligência emocional entre professores de ensino superior público e privado no Brasil. Para isso utilizou-se a escala de Wong e Law (2002) para medir o nível de inteligência emocional em quatro dimensões distintas com uma amostra de 415 indivíduos. A pesquisa identificou que professores atuantes nas universidades privadas possuem maior nível de inteligência emocional e sugere a capacitação profissional em inteligência emocional para mitigar alguns efeitos danosos do meio sobre o seu bem-estar e processo didático.

Highlights

  • RESUMEN El contexto actual de la educación superior brasileña favorece la sobrecarga de trabajo para los maestros, debido, entre otros factores, al aumento en la proporción de estudiantes por maestro

  • Em 2018 havia 8,5 milhões de alunos matriculados em cerca de 38 mil cursos de educação superior brasileiro, representando um crescimento de 44,6% em relação ao número de alunos em 2008

  • Os resultados indicam que não houve diferenças entre os locais de trabalho e SEA (U = 23452,50; W = 46243,50; p = 0,11), regulação das emoções (ROE) (U = 23543,50; W = 46334,50; p = 0,09), uso de emoções (UOE) (U = 23671,50; W = 46462,50; p = 0,06), porém para OEA (U = 24873,50; W = 47664,00; p = 0,01) e EI Total (U = 24541,50; W = 47332,50; p = 0,01) foram encontradas diferenças, mostrando que indivíduos atuantes na universidade privada parecem possuir maior avaliação das emoções dos outros e maior inteligência emocional total em relação aos seus colegas da rede pública

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Summary

Revisão da Literatura

O esforço em definir inteligência é antigo, e Aristóteles já entendia inteligência em três perspectivas: a teórica ou científica, que se referia ao saber daquilo que era eterno; a prática, que relacionada ao fazer a coisa certa em função do propósito; e a produtiva, relacionada à capacidade de criar algo tangível (PESSANHA, 1983). Já no século XVIII, Kant abordou a inteligência em três níveis: razão pura, razão prática e julgamento (KANT, 1983), mas foi no século passado que surgiu o conceito da inteligência emocional (IE), proposto por Thorndike (1920) no sentido de inteligência social. E o tema foi retomado por Salovey e Mayer (1990) que a definiu como “o subconjunto da inteligência social que envolve a habilidade de monitorar tanto emoções e sentimentos próprios como os de outros, discriminar entre elas, e usar essa informação para orientar o pensamento e ações”. É possível notar que as definições procuraram delimitar o conceito como “um subconjunto de inteligência social”, como métrica de relacionamentos interpessoal e intrapessoal, como habilidade de perceber, acessar e gerir emoções, ou ainda como uma relação com as questões éticas como proposto por Agarwal e Chaudhar (2013)

Mayer e Salovey
Macaleer e Shannon
Frequência absoluta
EI total
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