Abstract

Usando o Centro de Estudos Africanos (CEA) da Universidade Eduardo Mondlane, como exemplo, este artigo analisa as condições sociais da produção de conhecimento e a legitimação do Estado no Moçambique pós-independente e durante a fase da "transição socialista". A tese do artigo é de que os processos de produção de conhecimento em um contexto da construção do estado nacional, geraram dinâmicas que desafiaram os pressupostos sobre os quais o CEA deveria fazer ciência. Por exemplo, na produção de um tipo de pesquisa que não só levou em consideração a sua função como pesquisa politicamente orientada, mas, na identificação e questionamento do próprio processo de produção científica. Estas inter-relações entre produção de conhecimento e legitimação do Estado, poderiam então, não só explicar as especificidades do CEA, mas também o surgimento de uma nova forma de questionamento científico-social no pós-independência.

Highlights

  • Então, neste desejo ambivalente entre, por um lado, auxiliar a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) na sua visão de mundo socialista e, por outro lado, preservar um espaço de questionamento crítico e heterodoxo sobre a sociedade moçambicana e sobre o fazer ciência, que poderíamos então compreender as conexões entre produção científica e legitimação do Estado “freliminiano”, como também a emergência de uma nova forma de se fazer pesquisa social no Moçambique pós-independência

  • Using the Center for African Studies (CAS) at Eduardo Mondlane University as an example, this article analyzes the social conditions of knowledge production and legitimization of the post-independence Mozambican State, during the period of “socialist transition”

  • The thesis of the article is that the processes of knowledge production in a context of national state-building generated dynamics that challenged the assumptions on which the CAS should have produced social science

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Summary

Introduction

Os pesquisadores do CEA eram “orgânicos” à classe dirigente no sentido que eles se constituíam como produtores de um conhecimento científico-social aplicado, que não só iria auxiliar o governo a alcançar os seus objetivos como a justificar as suas opções perante a sociedade, e lutavam para tornar a classe dirigente a que pertenciam hegemônica na sociedade, através, por exemplo, da difusão dos resultados das suas pesquisas nas revistas Estudos Moçambicanos e Não Vamos Esquecer!, bem como nos vários Relatórios de Investigação destinados aos membros do governo e funcionários do Estado.

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