Abstract

Fertilidade do solo é a capacidade deste de fornecer nutrientes, em quantidade e proporção adequadas para o desenvolvimento e produtividade das plantas, na ausência de elementos tóxicos. Este conceito, oriundo da teoria mineralista, é amplamente utilizado no mundo. Com a mudança do sistema de cultivo do solo do convencional (SC) para o plantio direto (SPD), é freqüente a obtenção de alta produtividade das culturas no SPD com valores de indicadores da fertilidade considerados inadequados para o crescimento e desenvolvimento das plantas no SC. É possível que a avaliação tradicional e, conseqüentemente, esse conceito não sejam adequados e, ou, suficientes, para expressar a fertilidade percebida pelas plantas em solos cultivados há longo tempo no SPD. Neste trabalho, objetivou-se avaliar a capacidade do conceito mineralista, e de sua avaliação, em expressar a fertilidade percebida por plantas de milho (Zea mays) em solo cultivado por longo período de tempo no SPD com diferentes rotações de culturas. As avaliações, por indicadores da fertilidade do solo e por rendimento de grãos, foram feitas na safra de verão 2005/2006, em dois experimentos irrigados, conduzidos há mais de 20 anos em Eldorado do Sul, RS, com diferentes históricos de cultivo. Os resultados evidenciaram que nem sempre os indicadores químicos da fertilidade do solo detectam a mudança na capacidade produtiva do solo promovida pelos diferentes sistemas de cultivo e rotações de culturas. Esses indicadores tiveram, em geral, baixo grau de associação com o rendimento das plantas. A avaliação e, conseqüentemente, o conceito mineralista da fertilidade, utilizado para definir a capacidade de um solo produzir abundantemente, foram insuficientes para expressar a fertilidade percebida pela cultura de milho em solos cultivados há longo tempo no SPD.

Highlights

  • Representação esquemática dos experimentos conduzidos há mais de 20 anos em Eldorado do Sul (RS), na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, em Argissolo Vermelho distrófico (PVd), avaliados neste trabalho, na safra 2005/2006: Experimento 1 “Cobertura vegetal como alternativa de conservação do solo” e Experimento 2 “Preparos de solo e cobertura vegetal como alternativa de conservação do solo”

  • Na comparação entre esse tratamento e o sistema plantio direto (SPD)-A/M - semelhante nos valores dos indicadores, porém, em SPD há mais de 20 anos, observa-se um rendimento de aproximadamente 50 % menor na rotação A/M (5,7 t ha-1) em relação ao SPD-A/M (9,4 t ha-1) (Quadro 1; pontos destacados com quadrado azul na Figura 3)

  • VOLKWEISS, S.J. Química da acidez dos solos

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

As avaliações foram feitas em dois experimentos irrigados, conduzidos há mais de 20 anos em Eldorado do Sul (Figura 1), na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, num Argissolo Vermelho distrófico (PVd), na safra de verão 2005/2006. Representação esquemática dos experimentos conduzidos há mais de 20 anos em Eldorado do Sul (RS), na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, em Argissolo Vermelho distrófico (PVd), avaliados neste trabalho, na safra 2005/2006: Experimento 1 “Cobertura vegetal como alternativa de conservação do solo” e Experimento 2 “Preparos de solo e cobertura vegetal como alternativa de conservação do solo”. Dos dois experimentos (Figura 1), exceto nas parcelas de cultivo mínimo no Experimento 2, foram avaliados indicadores da fertilidade do solo e rendimento de grãos de milho. As relações apresentadas são entre pH e Altroc, V e CTC efetiva; Altroc e o valor m e teor de MO; e pH, Altroc, V, teor de P, de K e de MO e rendimento de grãos

RESULTADOS E DISCUSSÃO
LITERATURA CITADA
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