Abstract

A realidade social contemporânea é marcadamente associada a circunstâncias que geram um “permanente estado de crise”. Zygmunt Bauman se destacou pela atenção dedicada à compreensão do status de crise na modernidade líquida. O presente ensaio lança luz sobre duas de suas últimas obras, a saber, Estado de Crise e Estranhos à nossa porta. Os argumentos e ideias destacados à discussão representam possibilidades a abordagens interdisciplinares que interpelem a condição humana e as práticas sociais hodiernas. Neste sentido, a perda do poder de agência do Estado, a difusão dos riscos e vulnerabilidades decorrentes, assim como as condutas de estranhamento e desconfiança à alteridade, são questões debatidas à luz de outras obras do autor e em diálogo com contribuições recentes da teoria social. A reflexão aponta o caráter indissolúvel da crise na pós-modernidade como fonte de tensão que articula incertezas, inseguranças e vulnerabilidades, asseverando o individualismo e a hostilidade em determinados contextos, sendo a autocrítica social um caminho viável para se evitar esses problemas.

Highlights

  • Estado de crise2 e Estranhos à nossa porta são títulos que, inevitavelmente, nos colocam diante de conceitos e ideias trabalhadas pelo autor em outros momentos, mas que também possibilitam novos olhares sobre a conformação das conjunturas sociais dos dias de hoje

  • The contemporary social reality is markedly associated with circumstances that generate a "permanent state of crisis"

  • Zygmunt Bauman stood out for the attention devoted to understand the status of crisis in liquid modernity era

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Summary

INTRODUÇÃO

Entre os elementos que caracterizam a sociedade contemporânea, sua “condição de instabilidade” é algo marcadamente difícil de ser ignorado. Estado de crise e Estranhos à nossa porta são títulos que, inevitavelmente, nos colocam diante de conceitos e ideias trabalhadas pelo autor em outros momentos, mas que também possibilitam novos olhares sobre a conformação das conjunturas sociais dos dias de hoje. Por esse caráter e pela apropriação de fatos históricos recentes e instigantes ao leitor, esses textos tendem a uma rápida popularização, de modo que as nossas ponderações podem contribuir para uma melhor apreensão dos argumentos ali desenvolvidos, partindo de uma base compreensiva que suscita tanto usos analíticos quanto vínculos teórico-conceituais possíveis com obras do próprio autor e de outros intelectuais. Localizamos a importância desses debates no conjunto da obra baumaniana, dando centralidade às questões em torno da condição pós-moderna em a crise não se estabelece como episódio fortuito, bem como suas implicações para as relações sociais e padrões de sociabilidade. Incorporamos à reflexão outros nomes importantes da teoria social, os quais também despenderam atenção à investigação desse traço de incerteza peculiarmente sobressalente em nossos dias, favorecendo insights sobre a conformação notoriamente atordoante da condição de crise na contemporaneidade

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
A CRISE DE PODER DO ESTADO E A DESVIRTUOSA CONDIÇÃO CONTEMPORÂNEA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
17 REFERÊNCIAS
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