Abstract

Este estudo abre espaço à reflexão sobre a relação das crianças com a mídia digital a partir do diálogo infantil acerca dos usos, atividades e segurança que vivenciam on-line. Considerando os conceitos e os debates sobre a infância nativa digital, por meio da interlocução com 20 sujeitos infantis de nove a 11 anos em quatro grupos focais, são elucidadas as opiniões das crianças sobre o comportamento de estarem conectadas, interagindo em rede, e sobre as situações vivenciadas on e off-line que põem em xeque questões relacionadas à segurança. A partir dos dizeres infantis, confirma-se sua conexão à mídia digital, com autonomia e certa dependência, destacando positivamente as atividades que são realizadas por estarem conectadas. Por outro lado, a criticidade infantil demonstra que estão atentas aos riscos a que podem estar sujeitas em rede e que concordam com mecanismos de controle e vigilância, em especial pela família e pela escola, para se protegerem on-line. Essa avaliação das crianças elucida os aspectos positivos e negativos para uma geração digital e demonstra que há espaço para as opiniões infantis, em especial sobre temas presentes em seu cotidiano. 

Highlights

  • No contexto de uma ambiência tecnológica e midiática, Martín-Barbero (2009) defende que se vive em um ecossistema comunicativo, materializado pela relação com as novas tecnologias e pelos graus de interatividade que possibilitam as trocas simbólicas, construindo, assim, mediações comunicativas de cultura

  • Orozco-Goméz (2014) destaca que, no cenário contemporâneo, a sociedade está envolta por múltiplas mediações, uma vez que as características etárias, de classe social, étnicas e gênero também interferem no processo de ressignificação dos discursos e negociações simbólicas que situam os indivíduos em novas dinâmicas culturais e comunicativas

  • Entre esses sujeitos estão as crianças em conexão com as tecnologias digitais

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Summary

Introduction

No contexto de uma ambiência tecnológica e midiática, Martín-Barbero (2009) defende que se vive em um ecossistema comunicativo, materializado pela relação com as novas tecnologias e pelos graus de interatividade que possibilitam as trocas simbólicas, construindo, assim, mediações comunicativas de cultura. Além de identificarem esses conteúdos, os sujeitos assumem que há um controle dos pais e que isso é positivo, tanto que muitos têm até a senha do celular: quando eu tinha o meu celular ele [o pai], três, quatro vezes na semana ele via o meu celular (S2); meu pai só vigia o Facebook e aí o YouTube, que eu tenho uma conta lá no Google, fica ali e aí, às vezes minha mãe entra pra ouvir as músicas dela, [...] aí eu tenho que ensinar ela ver no histórico também.

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