Abstract

Objetivo: Analisar a relação entre paridade e depressão em mulheres em idade reprodutiva entrevistadas na Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Metodologia: Estudo transversal, de base populacional realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde Brasileira (PNS) – 2013. Foram incluídos registros de mulheres em período reprodutivo, com idade entre 18 e 49 anos, totalizando a amostra com 15.344 mulheres. Resultados: Observou-se associação bruta estatisticamente significante entre a paridade e depressão (RP= 1.32; IC 95%: 1.20 - 1.46). Houve também associação entre ter filhos com baixo peso e depressão (RP= 1.64; IC 95%: 1.24 - 2.18). Mostrando que mulheres em idade reprodutiva mais velhas e com 3 filhos ou mais apresentam 36 vezes mais chances de referir diagnóstico médico de depressão, e aquelas que tiveram filho com baixo peso essa probalidade quase se duplicou. Conclusão: Mulheres em idade reprodutiva mais avançada, que tiveram maior paridade, tiveram mais chances de apresentarem depressão, havendo uma potencialização dessa condição quando tiveram filhos de baixo peso. Assim, ressalta-se a importância de conhecer e compreender os determinantes e condicionantes da saúde que estão associados ao processo de vulnerabilização e adoecimento feminino, para implementar estratégias de intervenção pertinentes no manejo da depressão, em todos os níveis de atenção à saúde.

Highlights

  • Além da ação hormonal e paridade, outros fatores estão fortemente associados ao processo de adoecimento por depressão em mulheres, tais como: desvantagens de gênero como violência sexual, baixa autonomia para tomar decisões, baixo suporte familiar (Patel et al, 2006; Vanwesenbeeck et al, 2014; Schetter et al, 2015), desigualdades socioeconômicas, baixo nível educacional, raça e aspectos culturais (Justo & Calil, 2006; Bromet et al, 2011; Pabayo et al, 2014)

  • Quanto às variáveis ginecológicas e histórico reprodutivo, foram incluídos os dados relativos à menarca, dicotomizada por meio da mediana, em: a) Menarca em idade igual ou inferior a 12 anos e em idade acima de 12 anos; b) Ter tido ou não relação sexual nos últimos 12 meses; c) Paridade, foi a dividida em até 3 filhos e 4 filhos ou mais; d) Tipo de parto em parto normal ou cesáreo; e) Filhos com baixo peso ao nascer e filhos pré-termo com peso adequado; f) idade da primeira gestação foi agrupada em menor que 19 anos e em 19 ou mais; g) ter realizado aborto provocado e aborto espontâneo

  • Tabela 3 – Análise estratificada e regressão logística para a associação entre paridade e depressão por filhos com baixo peso de nascimento dos filhos segundo covariáveis

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Summary

Introdução

O histórico ginecológico e reprodutivo exerce influência sobre a saúde feminina (Câmara et al, 2015). Gestação e pós-parto têm sidos reconhecidos como fatores de risco para o aparecimento e piora de problemas na saúde mental (Bussel et al, 2006). Aspectos relacionados à paridade têm sido elencados como fatores relevantes para o surgimento da depressão (Clout & Brown, 2015; Figueiredo e Conde, 2011; Schappin et al, 2013; Accortt et al, 2015). Além da ação hormonal e paridade, outros fatores estão fortemente associados ao processo de adoecimento por depressão em mulheres, tais como: desvantagens de gênero como violência sexual, baixa autonomia para tomar decisões, baixo suporte familiar (Patel et al, 2006; Vanwesenbeeck et al, 2014; Schetter et al, 2015), desigualdades socioeconômicas, baixo nível educacional, raça e aspectos culturais (Justo & Calil, 2006; Bromet et al, 2011; Pabayo et al, 2014). Constitui-se como objetivo do estudo analisar a relação entre paridade e depressão em mulheres em idade reprodutiva entrevistadas na Pesquisa Nacional de Saúde, 2013

Metodologia
Resultados e Discussão
Findings
Considerações Finais
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