Abstract
Introdução: A Infecção de Corrente Sanguínea associada a Cateter Venoso Central (ICS-CVC) é um grave evento adverso em unidades críticas. Objetivo: Avaliar a taxa de ICS-CVC de um Centro de Terapia Intensiva de Adultos (CTI) e suas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) especializadas, destacando os agentes etiológicos e perfil de resistência. Métodos: Foi realizado um estudo observacional, retrospectivo e descritivo, de análise documental com abordagem quantitativa dos prontuários de pacientes admitidos no período de 01 de março de 2016 a 31 de agosto de 2016 em um hospital na cidade de Uberlândia-MG, Brasil. Resultados: Foram identificados 30 casos de ICS-CVC num total de 4.265 pacientes-dia e 3.373 dispositivos-dia. A densidade de incidência de ICS-CVC no CTI de Adultos foi de 8,90 por 1.000 dispositivos-dia. A densidade de utilização do CVC foi de 0,79. Os indicadores de ICS-CVC foram calculados separadamente para as UTIs especializadas. Na UTI Cirúrgica, a densidade de incidência foi de 7,52 por 1.000 dispositivos-dia, na UTI Neurológica 14,88 por 1.000 dispositivos-dia e na UTI Clínica 5,85 por 1.000 dispositivos-dia. O Acinetobacter baumannii foi o agente mais frequente (15,2%) entre os micro-organismos identificados, seguido por Staphylococcus aureus (12,1%) e Staphylococcus epidermidis (12,1%). A resistência à oxacilina foi encontrada em 100% das cepas de Staphylococcus coagulase-negativa e em 25% de cepas de Staphylococcus aureus. Para as enterobactérias, a resistência às cefalosporinas de amplo espectro foi de 62,5% e aos carbapenêmicos foi de 25%. Para não fermentadores, a resistência aos carbapenêmicos foi de 75%. Conclusão: Os resultados demonstraram diferenças nas taxas de ICS-CVC entre as UTIs especializadas. Os patógenos gram-negativos destacaram-se como os agentes etiológicos mais frequentemente isolados. Os percentuais de bactérias gram-negativas resistentes aos carbapenêmicos e às cefalosporinas de amplo espectro foram maiores que o relatado por outros autores. Esses achados reforçam a importância da vigilância epidemiológica de acordo com o tipo de UTI.
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