Abstract

Este texto tem por objetivo analisar enunciados verbais e imagéticos, respostas de estudantes às vozes sociais que produzem os espaçotempos, condições e possibilidades da/na vida acadêmica universitária e que expressam alguma forma de sofrimento. Esses enunciados, diálogos (transcritos) e fotografias, foram produzidos no contexto de Oficinas de Fotografia, que compuseram uma pesquisa-intervenção de doutorado em psicologia, por estudantes de graduação (num total de 16 participantes) de uma universidade federal brasileira. Discutimos sobre esses enunciados como produto/reflexo de exclusão no contexto acadêmico universitário que é, na maioria das vezes, silenciado e invisibilizado em meio a lógicas de produtividade, custos, rankings, entre outras. Concluímos sobre a necessidade de construção de espaços em que as vozes das/os estudantes possam circular, ser ouvidas/lidas, para que possam auxiliar, de forma efetiva, na construção das universidades e das condições e possibilidades da vida acadêmica.

Highlights

  • A produção histórica das instituições de educação se dá em meio a tramas discursivas tecidas nas tensões entre diversas vozes que, como efeito, tem produzido, organizado e possibilitado pensabilidades, dizibilidades, sensibilidades – enfim, produzido subjetividades

  • Sobre a qual nos debruçamos neste texto, expressa-se, muitas vezes, como sofrimento que é vivenciado por estudantes que, incluídos nessas instituições de ensino, precisam dar conta de uma série de condições para manterem-se nelas e concluírem os seus cursos

  • Tempos e espaços na organização curricular: uma reflexão sobre a dinâmica dos processos escolares

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Summary

Produção dos Espaçotempos

Ao tratar de condições que afetam a saúde mental e geram sofrimento às/aos estudantes nas universidades, o tempo emerge nos estudos citados como pouco explorado. Na história da instituição escolar, cada diferente concepção dos processos de ensinoaprendizagem define formas espaçotemporais em que os mesmos ocorrem: lugar de carteiras e demais mobiliários; divisão espacial por sexos; locais destinados a professoras/es, estudantes e funcionários/as; momentos de estudo, de recreação ou de atividades físicas; controle dos corpos e da disciplina; marcação do tempo com campainhas e sinais; distribuição de conteúdos conforme suas complexidades; serialização de turmas; duração das aulas; etc. Pois, é singular e irrepetível posto que carrega, em sua composição, o caráter valorativo (ideológico), responsivo (dialógico), responsável (posicionamento nas teias dialógicas e orientado pelo tom emotivo-volitivo), as condições de possibilidades (contexto) no qual emerge. Por conseguinte, a produção social do sofrimento ético-político considerando as tensões que o instituem e o modo como cada pessoa a elas responde

Da Realização do Estudo
Considerações Finais
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