Abstract

Este trabalho pretende interpretar antropologicamente narrativas de homens trans brasileiros a respeito dos desafios impostos pela pandemia de covid-19 em variadas áreas, tais como acesso à saúde, enfrentamento do desemprego e da diminuição da renda e intensificação de processos relacionados ao que foi chamado de isolamento social.
 Pretende-se refletir, a partir de um diálogo com bibliografia sobre a pandemia e as experiências de pessoas marcadas por dimensões de gênero e sexualidade, sobre aspectos que tornam desafios potencialmente ampliados a partir da identidade de gênero transmasculina, em intersecção com outros marcadores sociais de diferença, sobretudo relacionados a raça e classe social. E analisar os itinerários e as estratégias mobilizadas por tais sujeitos para lidar com tais questões, apontando assim para uma possível discussão acerca de suas expectativas de vida e projetos de futuro.
 O material empírico foi produzido a partir de entrevistas para o projeto de pesquisa “Transmasculinidades, Saúde e Espera: antropologia do curso da vida entre homens trans”, contemplado com Bolsa de Produtividade em Pesquisa Nível 2 do CNPq em 2018. A intenção dessa investigação era reencontrar colaboradores de uma pesquisa anterior, em sua maioria residentes na região metropolitana de Goiânia, no Brasil, entrevistados entre 2015 e 2016.
 A pandemia afetou profundamente os planos da investigação. A partir do segundo semestre de 2021, alguns dos colaboradores aceitaram dialogar por meio de ferramentas remotas de comunicação. Tais entrevistas permitem analisar aspectos não previstos no projeto, que dizem respeito aos itinerários desses sujeitos frente aos desafios impostos pela pandemia.

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