Abstract

No intuito de contribuir com informações a respeito do impacto da pandemia da Covid-19 no interior do estado do Amazonas, apresentamos um relato de caso da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDSA), na região do Médio Solimões. O objetivo principal foi investigar os impactos da pandemia no cotidiano de moradores locais, identificando as dificuldades enfrentadas, mudanças nos hábitos alimentares e impactos nas cadeias produtivas. Para obter as informações, foram realizadas entrevistas semiestruturadas remotamente com nove integrantes de núcleos familiares de quatro comunidades e uma localidade da RDSA. Além de registrar os impactos, visamos identificar, junto com os interlocutores, ações possíveis para garantir a saúde e bem-estar das famílias e sua capacidade de continuar comercializando sua produção. Ações foram divididas em propostas imediatas para o momento da pandemia e ações de longo prazo. Os resultados mostram que no início da pandemia os moradores ajustaram seus hábitos alimentares e se adaptaram rapidamente às novas recomendações de isolamento social e outras medidas preventivas. Embora os dados apontem para prejuízos no que diz respeito à economia familiar e as cadeias produtivas, os interlocutores trazem propostas inovadoras para enfrentar a crise imediata e promover as cadeias produtivas a longo prazo. Desta forma, os resultados refletem o atributo de flexibilidade tipicamente associada às comunidades ribeirinhas amazônicas. A auto-organização, oportunizada pela criação de redes de colaboração amplas, toma uma dimensão maior, necessária para enfrentar a crise atual na ausência do Estado e na face das desigualdades históricas regionais.

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