Abstract

O transplante de plântulas e indivíduos jovens de florestas naturais tem sido considerado como alternativa à produção de mudas de espécies nativas para a restauração florestal, sem que tenham sido realizados estudos sobre os possíveis impactos dessa prática sobre a comunidade vegetal regenerante. Nesse trabalho foram analisadas diferentes intensidades de retirada de plântulas e indivíduos jovens de até 30 cm, de remanescente de Floresta Estacional Semidecidual, a fim de verificar o quanto essa operação pode comprometer a estabilidade da comunidade regenerante. Foram instaladas 80 parcelas de 2×2 m, distribuídas em dois ambientes (borda e interior da floresta) e em quatro tratamentos de retirada de regenerantes (I,II - 100% de retirada com ou sem revolvimento do solo, III - 50% de retirada sem revolvimento do solo e IV - testemunha sem retirada de regenerantes). Avaliou-se a densidade e a riqueza da regeneração antes da execução dos tratamentos e após seis, 12 e 18 meses. Os resultados foram comparados entre tratamentos para cada período de avaliação e entre períodos de avaliação para cada tratamento. Foram constatadas semelhanças entre borda e interior. Não houve incremento da regeneração com revolvimento do solo. Parcelas submetidas à retirada dos regenerantes recuperaram em parte a densidade; porém apresentaram riqueza menor quando comparadas à testemunha e aos valores iniciais antes da execução dos tratamentos. A remoção das plântulas pode comprometer a regeneração de espécies que ocorrem em baixa densidade, o que sugere que a utilização da regeneração natural como fonte de mudas para a restauração florestal seja voltada para espécies abundantes e com estratégias de regeneração conhecidas e não para a comunidade como um todo.

Highlights

  • ABSTRACT – (Impact of seedling removal on regenerating community structure of a seasonal semideciduous forest)

  • Desta forma, em alguns casos, a sustentabilidade das florestas restauradas em paisagens fragmentadas pode ficar comprometida, em função do baixo número de espécies utilizadas na implantação, principalmente de espécies finais da sucessão ecológica (Souza & Batista 2004)

  • A variabilidade interespecífica, a presença de diversificados mecanismos de dormência (Vázques-Yanes & Orozco-Segovia 1993; Oliveira et al 2003), os altos índices de predação (Zamith & Scarano 2004) e o conhecimento limitado sobre a fenologia e a fisiologia de parte significativa das plantas tropicais são barreiras que dificultam a produção de mudas de espécies nativas a partir de sementes

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Summary

Material e métodos

Área de estudo – O estudo foi realizado na Fazenda Santa Terezinha (23o02’-23o03’S, 48o11’-48o12’W), município de Bofete-SP, sudeste do Brasil. Análise dos dados – Para cada tratamento, nos quatro períodos de avaliação (0, 6, 12 e 18 meses), foi obtido, de forma separada para os dois ambientes (borda e interior do remanescente florestal), o número total de espécies. Com base nos números médios de indivíduos e de espécies por parcela, registrados nas avaliações aos seis, 12 e 18 meses em cada tratamento, procedeu-se análise de covariância conjunta (Pimentel-Gomes & Garcia 2002), sendo os dados do tempo 0 (avaliação inicial, antes da execução dos tratamentos) a covariável. Foram feitas comparações das médias de número de indivíduos e de espécies do tempo 0 com os demais períodos de avaliação (seis, 12 e 18 meses). Procedeu-se a comparação das médias para dados pareados, por meio do (1) teste “t” de Student, quando os dados apresentavam normalidade, (2) teste de Wilcoxon para dados pareados (Ordem Assinaladas), quando os dados não eram normais, mas apresentavam simetria, e (3) teste do Sinal, quando os dados não eram nem normais e nem simétricos, conforme descrito por Campos (1983) e considerando sempre o nível de significância de 5%

Resultados e discussão
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