Abstract

Quatro pinturas do século XVI, agrupadas em dois dípticos, foram encontradas em 1949 numa igreja em Tavira. A partir de então desenrola-se um complexo processo, aqui reconstituído, que leva à detecção de outras pinturas subjacentes e à realização de sondagens que, numa das obras, envolvem a remoção de um terço da pintura visível. Em 1961 é decidido o levantamento integral das pinturas do século XVI de forma a ficarem visíveis as pinturas mais antigas, do século XV. Não obstante as recomendações da literatura disponível na época, a situação não parece ter sido cuidadosamente discutida, tendo sido profundamente condicionada pela ideologia do Estado Novo. No entanto, por razões desconhecidas, esse levantamento só vem a ser efectuado em duas pinturas enquanto nas outras duas são mantidas as imagens do século XVI e são refeitas as áreas destruídas pelas sondagens. Desta forma, o conjunto e a unidade que este apresentava foram desfeitos pela intervenção de restauro, concluída cerca de 1964. Entretanto, as pinturas são radiografadas em três ocasiões (1950, 1955-1960 e 1995), mas, ao contrário do esperado, são obtidas diferentes informações de cada vez. Duas análises da madeira do suporte (cerca de 1961 e 1995) conduzem também a diferentes resultados. Portanto, trata-se de um caso que também põe em evidência algumas limitações dos estudos laboratoriais das obras de arte e a necessidade de os resultados serem interpretados com precaução e espírito crítico.

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