Abstract

A primeira parte do trabalho faz uma breve passagem por Maquiavel (O príncipe, capítulos XV e XVIII) para mostrar que a defesa de certo “realismo” na constituição da filosofia política não exclui a imaginação. A defesa da verdade efetiva das coisas contra as repúblicas imaginadas tem como efeito a afirmação de que na política não se pode operar sem imagens: quer o político, quer o pensador da política não devem desconsiderar a imaginação. Daí um olhar atento sobre aquilo que é próprio da imaginação: a capacidade de criar imagens. Nesse sentido, Hobbes aparece como herdeiro de uma tradição que se desdobra em duas tópicas: sua relação com a tradição retórica; os leitores de Maquiavel.

Highlights

  • Abstract:The first part of this work starts with a passage of Machiavelli (The prince, chapters xv and xviii) to show that the defense of a certain “realism” in the constitution of political philosophy does not exclude imagination.The defense of the efective truth of things against the imagined republics has as an effect the affirmation that politics cannot operate without images: either the politician or the political thinker should not disregard the imagination

  • Hobbes appears as the heir of a tradition that unfolds in two themes: his relation with the rhetorical tradition; the readers of Machiavelli

  • Mas esse temor deve mesclar-se mais uma vez com a agradabilidade, e por isso o segundo movimento do prefácio da obra tira os olhos dos leitores da imagem do Leviatã artificial, voltando-os para si mesmos: 188 Cadernos Espinosanos São Paulo n.42 jan-jun 2020 um movimento que joga o tempo todo entre “dentro” e “fora”, interior e exterior

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Summary

Introduction

Se pelos menos Hobbes alegasse que sua obra fosse um tipo de discurso, como no caso daquele cartesiano sobre o método, seria razoável, e até mesmo necessário, o uso das imagens em virtude do estilo expositivo adotado, mas não é este o caso. Sobre a primeira das duas tópicas anunciadas, não se trata aqui de investigar com exaustão sobre a possibilidade factual de Hobbes enquanto leitor de Maquiavel[3], embora ela seja bastante verossimilhante, mas da pertinência desta relação para se pensar o papel da imaginação no bojo da filosofia política seiscentista.

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