Abstract

O presente artigo trata das imagens construídas da paisagem verde/rural no imaginário social, que levaram moradores de diversas partes da cidade, inclusive de bairros nobres do Rio de Janeiro, a escolher a Ilha de Guaratiba (área periurbana) como local de moradia a partir da década de 1970. Trata ainda dos conflitos e expectativas que essa inserção acabou por provocar. Os primeiros outsiders a se instalar, entre as décadas de 1970 e 1980, ocuparam sítios. Os seguintes, a partir da década de 1990, ocuparam condomínios fechados recém-lançados. A construção desses condomínios e posterior decreto da prefeitura propondo transformar a Ilha num bairro de classe média projetaram a possibilidade de um futuro não cogitado até então, gerando uma série de sentimentos e ações conflitantes entre os primeiros outsiders e antigos moradores ainda ligados ou não à agricultura. Em defesa de seus valores e consequentes necessidades, cada ator social/político vem utilizando as “armas” que tem em mãos, tendo em vista suas diferentes trajetórias sociais. Enquantopara os primeiros outsiders a proteção da paisagem verde é o foco de suas ações, para os antigos moradores -- aqueles que não encontram em “seu lugar” tal paisagem -- a mudança, mesmo que lamentada, é a melhor opção prática para resolução de seus problemas.

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