Abstract

Resumo A entrevista com o sociólogo britânico Huw Beynon, autor de Trabalhando para a Ford, entrelaça as dinâmicas de trajetória intelectual, desenvolvimento institucional da sociologia (do trabalho, em particular), da política britânica e da tradição marxista. O autor reflete sobre uma vasta experiência na construção e difusão de uma sociologia crítica, centrada no engajamento com seu objeto e público extra- acadêmico. Destacam-se aqui as experiências em educação de adultos e de extensão com trabalhadores, as primeiras expressões da globalização e neoliberalismo como "movimento de fechamento" de fábricas - assim como as reações acadêmicas e sindicais ao processo -, além de respostas político-culturais recentes acerca da preservação de uma identidade operária enraizada e da reconstrução do Partido Trabalhista em torno da adesão da juventude. A entrevista com Huw Beynon sintetiza os elementos de uma obra que é parte inseparável das transformações no mundo do trabalho nos últimos cinquenta anos, assim como se apresenta como inestimável para sua compreensão sociológica.

Highlights

  • Ao longo de suas várias viagens ao Brasil nos anos 1990 e 2000, o entusiasmo e a emoção que Huw Beynon imprimia ao descrever suas análises acerca dos processos de mudança nas vidas dos trabalhadores nos setores automobilístico, bélico, siderúrgico e na mineração de carvão – dentre muitos outros – cativaram audiências inteiras de cientistas sociais

  • No Reino Unido, a ascensão dos conservadores e de Margareth Thatcher (1979) e a eclosão dos conflitos em torno do encerramento das operações de unidades fabris, como a da Massey Ferguson (1978) e a da British Leyland Motor Co. (1981), constituíram as primeiras vagas de uma mudança dramática no cenário das relações de trabalho no mundo

  • A ideia do Gala – ou “o Grande Encontro” conforme muitos ainda o chamam – era reunir anualmente todos os mineiros e suas famílias de todas as minas de carvão para uma ocasião social quando velhos amigos e seus familiares podiam se encontrar

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Summary

Introduction

Ao longo de suas várias viagens ao Brasil nos anos 1990 e 2000, o entusiasmo e a emoção que Huw Beynon imprimia ao descrever suas análises acerca dos processos de mudança nas vidas dos trabalhadores nos setores automobilístico, bélico, siderúrgico e na mineração de carvão – dentre muitos outros – cativaram audiências inteiras de cientistas sociais. Interessado em sociologia industrial, engajei-me como estudante de graduação no Departamento de Ciências Sociais da Universidade de Liverpool, que no começo dos anos 1960 era o principal centro britânico de pesquisa social e o primeiro a desenvolver um programa de pesquisa empírica sobre relações de trabalho e relações de vizinhança na Grã-Bretanha.

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