Abstract
INTRODUÇÃO: A homossexualidade conceitua-se como uma condição ou característica de sujeitos que sentem atração física, emocional e/ou sexual por pessoas do mesmo sexo ou gênero. Nesta condição, encontra-se lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros e demais sujeitos que não se inserem ou não performam os modelos sociais normativos de gênero e sexualidade. Por sua vez, entende-se homofobia como um processo de tentativa de regulação de sexualidades, o qual atua desde ações de invisibilização e exclusão social, até violências físicas e/ou psicológicas. Essa tentativa reguladora de sexualidade acaba por oprimir os sujeitos dissidentes das concepções hegemônicas de sexualidade, sendo evidenciadas, em muitos casos, manifestações também nos contextos familiares, em que os sujeitos sofrem esses diferentes modos de violência, verificando-se desdobramentos nos aspectos psicossociais, como violência física, abusos psicológicos, chegando até a expulsão das suas casas. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica nacional, com objetivo de descrever as repercussões psicológicas das experiências de homofobia em contexto familiar. Utilizou-se de descritores correspondentes ao tema de interesse encontrados no DeCS para realizar pesquisas, combinando-os, nas bases de dados SciElo, MEDLINE, PepsiC e LiLACS. Em seguida foram realizadas leituras dos títulos e resumos, sendo selecionados artigos que trataram da relação entre homofobia em contexto familiar e sofrimento psíquico de homossexuais. RESULTADOS: O ambiente familiar o qual o homossexual está inserido organiza-se a partir das concepções de gênero, sexo e sexualidade, seguindo uma perspectiva heteronormativa e binária, que se legitima através de práticas discriminatórias de violência física e psicológica. Tais práticas violentas têm como consequência impactos na saúde mental dos indivíduos como a depressão, ideação e tentativa de suicídio, diminuição no desempenho escolar, assim como prejuízo na autoestima e no comportamento social dos homosseuxuais. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Percebe-se a necessidade da ampliação de estudos que voltem sua atenção à homofobia relacionada ao contexto familiar, em decorrência dos efeitos dolorosos, a curto e longo prazo, que a vivência da discriminação nesses espaços gera nos indivíduos homossexuais, em função do vínculo emocional e de referência construído por eles e seu grupo familiar.
Highlights
A homossexualidade é compreendida como atração física, emocional e/ou sexual por pessoas do mesmo sexo ou gênero, sendo evidenciada desde os primórdios da humanidade. (Ceccarelli, 2008)
Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 10(2), 391-398. doi: 10.9789/2175-5361.2018.v10i2.391-398
Summary
Hizabella de Andrade Barros Cruz, Laize Cedraz de Oliveira, Roberta Lima Machado de Souza Araújo. RESUMO | A homossexualidade conceitua-se como uma condição ou característica de sujeitos que sentem atração física, emocional e/ou sexual por pessoas do mesmo sexo ou gênero. A revelação da homossexualidade na família pode causar uma relação conflituosa devido à frustração da não aceitação dos pais que muitas vezes agem violentamente ou de forma opressora, obrigando os filhos a manter sua orientação sexual em segredo para a sociedade e cobrando uma linearidade entre sexo e performance de gênero com a intenção de manter a lógica heteronormativa visando uma reintegração desse indivíduo as normas da sociedade (Braga; et al , 2018). Esse estudo teve como objetivo descrever as repercussões psicológicas das experiências de homofobia intrafamiliar, compreendendo como essas relações atuam na produção de sofrimento psíquico, levando em consideração a escassez de estudosdessa temática, o que dificulta o processo de compreensão e de estratégias de acolhimento e cuidado para essa população. Coleta-se os dados dos estudos, analisando e interpretando para criar as conclusões a partir dos dados
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