Abstract

Este trabalho tem como propósito central expor uma das aspirações mais caras à filosofia de Espinosa: a liberação da faculdade de julgar, tanto como perspectiva hermenêutica como em seu significado político. A partir deste conceito, pretendese reconstruir alguns tramos do programa do filósofo, sempre enfático a respeito da liberdade, tanto no âmbito ético como no político, e os diversos significados que esta tem em sua obra. Há uma liberdade concebida sub specie aeternitatis e uma liberdade sub specie durationis? A questão leva a estabelecer a relação que este filósofo tem com as coisas do mundo político, sempre movido a partir de paixões e interesses e, frequentemente, afastado de um sentido virtuoso da liberdade. Sem abandonar as aspirações de um sentido superior da liberdade, o autor sustenta que Espinosa se propõe examinar o problema da liberdade em um contexto no qual há mais prejuízos que idéias adequadas, mais temores que esperanças, mais superstição que sabedoria.

Highlights

  • From it a sense of freedom in which it is conceived as virtuous

  • the liberation of the faculty to judge as hermeneutic perspective

  • our aim is to reconstruct some of the interstices of the philosopher's program

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Summary

A fonte das liberdades subjetivas

Nas páginas mais notáveis do pensamento espinosano concorrem diversos graus e concepções da liberdade. Haveria uma espécie de distinção espinosana pela qual se explique a Deus como uma espécie de idola fori e a irrupção de um Deus concebido a partir dos emaranhados conceituais mais sólidos da filosofia?4 Assumimos de entrada que a filosofia de Espinosa se expõe em dois planos: um que aspira a construir uma filosofia perene e sujeita às propensões eternas da razão; a outra perspectiva parece inclinada a interrogar sobre as coisas mais seculares que ocorrem ao homem comum e corrente: se propõe a formular uma alegação a favor da liberdade dos homens de razão e reivindica o direito de todos os indivíduos a professar suas próprias crenças em um marco de pluralismo subjetivo. Os escritos políticos espinosanos estão consagrados a romper com o exercício mais dogmático e autoritário da interpretação dos textos sagrados; demandam que todo exercício hermenêutico repouse sobre uma liberdade que o indivíduo possui originariamente, a de julgar em função de sua própria constituição intelectual, à margem de algo que a cidade não pode nem deve arrogar-se: o direito natural ao discernimento autônomo

A falsa e a verdadeira religião
Alfakhar ou Maimônides
A lógica da ilusão
A liberação da faculdade de julgar
A CONCEPÇÃO DE NATUREZA HUMANA EM BENEDICTUS DE SPINOZA*
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