Abstract

O presente artigo objetiva discutir a interpretação da filosofia de Nietzsche empreendida por Hans Vaihinger (1852-1933) na obra Philosophie des Als Ob (1911). De acordo com Vaihinger, ao longo de sua obra Nietzsche desenvolve uma “teoria da aparência valor das ficções frente à vida prática, na trilha deixada por Kant e Lange. Em virtude disso, a filosofia de Nietzsche pode ser considerada como o esboço da metafísica do “como se”, postura ficcionalista e pragmática desenvolvida por Vaihinger.

Highlights

  • This article aims to discuss the interpretation of Nietzsche's philosophy undertaken by Hans Vaihinger (1852-1933) in Philosophie des Als Ob (1911)

  • Ele faz questão de dissociar a “fonte bastante viva” do pensamento de Nietzsche da filosofia produzida na Alemanha entre os anos de 1878 e 1898, que em sua perspectiva ou investia numa psicologia experimental, ou promovia um tratamento “formal-lógico e parcial” das questões relacionadas à teoria do conhecimento

  • Para comprovar que uma teoria da aparência conscientemente intencionada subsiste ao longo dos três períodos da filosofia de Nietzsche, Vaihinger envereda numa análise ampla de suas obras partindo de GT/NT, onde, segundo ele: A arte é a criação consciente da aparência estética; entendida neste sentido, a arte se baseia no “anseio primordial pela aparência”; [...] E, neste sentido, o mito é analisado e elogiado, especialmente como ficção mítica. [...] E até mesmo a ciência não pode proceder sem o mito

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Summary

Introdução

No prefácio à segunda edição de Philosophie des Als Ob (1913), Hans Vaihinger (1852-1933) detalha alguns pormenores de sua redação e publicação. R. Vecchia - Hans Vaihinger e a teoria da aparência conscientemente intencionada de Nietzsche | 305 praticamente todo o período de produção de Nietzsche e aos primeiros anos de sua recepção, Philosophie des Als Ob (Doravante PhAO), debruçase sobre uma série de questões que também ocuparam o filósofo do Para além do bem e do mal, e partilha com ele de alguns interlocutores em comum, como os nomeados no prefácio: Os filósofos de maior impacto foram para mim Kant e Schopenhauer, assim como F. Ele faz questão de dissociar a “fonte bastante viva” do pensamento de Nietzsche da filosofia produzida na Alemanha entre os anos de 1878 e 1898, que em sua perspectiva ou investia numa psicologia experimental (ocupando-se com detalhes insignificantes de modo a esquecer grandes concepções como as de Horwickz), ou promovia um tratamento “formal-lógico e parcial” das questões relacionadas à teoria do conhecimento (ignorando com isso pensadores como Lange). Representações conscientemente falsas” (die Lehre vom bewuβtgewollten Schein), afirmação que exige de nós uma breve retomada de suas ideias

A filosofia do “como se”
Teoria da aparência conscientemente intencionada: um itinerário
O desuso do termo “mentira”
Crítica e conclusão
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