Abstract

Pedro Abelardo apresenta na sua obra uma teoria da virtude de natureza, à primeira vista, aristotélica. Ao que parece, essa concepção também contém diferentes elementos estoicos, que não se opõem necessariamente à visão do Estagirita. Todavia, o essencial da interpretação da Escola do Pórtico acerca da virtude difere da explicação dada por Aristóteles. No presente estudo, pretendemos examinar, primeiro, a índole da virtude como habitus na obra de lógica de Abelardo. Nesse caso, não há dúvida de que predomina a influência aristotélica. Em seguida, indicamos outras particularidades da virtude encontradas, desta vez, em tratados éticos e teológicos do nosso protagonista, as quais se revelam antes de caráter estoico. Em suma, projetamos identificar as diferentes fontes antigas e os principais intermediários latinos usados por Abelardo para elaborar a sua própria teoria da virtude. Trata-se de deixar clara a influência filosófica dominante em Abelardo sobre essa questão da virtude, já que este lógico não pode harmonizar teses substancialmente inconciliáveis.

Highlights

  • Peter Abelard in his work presents a theory of virtue, which is, at first sight, of Aristotelian nature

  • The essentials of the Stoa School about virtue differ from the explanation given by Aristotle

  • We specify other features related to virtue found, this time, in ethical and theological treatises of our protagonist that appear to be basically Stoic

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Summary

Introdução

A ética de Pedro Abelardo sofre influências variadas, tanto da Escritura e dos Padres da Igreja, quanto dos pensadores pagãos. Entretanto, não há dúvida de que a sua teoria da virtude é inspirada pelos seus predecessores filósofos. Quando examinamos os tratados de lógica do autor em estudo, a análise com relação à natureza ontológica da virtude aproxima-se da de Aristóteles. Abelardo mostra-se, no conjunto, favorável à teoria da virtude proposta pelo Estagirita, ainda que o contexto, no qual a sua própria concepção aparece, e muitas das suas especificidades sejam claramente de natureza estoica. O que é a ascendência de Aristóteles e dos diferentes filósofos estoicos sobre a descrição feita por Abelardo, em vários dos seus tratados, dessa qualidade meritória. Além de identificar as principais fontes e intermediários usados por Abelardo para elaborar a sua própria concepção da virtude como habitus, queremos indicar a qual dessas teorias tem, afinal de contas, a sua preferência

A noção de habitus
Virtude e habitus
Conclusão

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