Abstract

Pierre Bourdieu, inspirado pelos estudos de Panofsky, delineou o conceito de habitus para tratar da relação entre indivíduo e sociedade. Para ele, habitus tem um papel mediador: é criado a partir da internalização das estruturas sociais em que um sujeito se encontra e prepara a ação futura desse indivíduo na sociedade. O objetivo deste artigo é apresentar habitus como um signo, sob a ótica da filosofia de Charles Sanders Peirce, e a relação entre indivíduo e sociedade como um processo semiótico e pragmático de fixação de crenças. Para isso, será apresentada a base escolástica comum aos conceitos de habitus em Bourdieu e de hábito em Peirce, para então serem apresentados os conceitos peircianos. Assim, se tornará mais evidente como o habitus participa de um processo de evolução contínuo que pode manter os modelos de uma sociedade ou transformá-los por meio das ações inventivas dos agentes.

Highlights

  • Pierre Bourdieu, inspired by his studies of Panofsky, outlined the concept of habitus in order to describe the relations between the individual and society

  • Habitus has a mediating role, in that they are created from the internalization of the social structures in which a subject finds themselves and which prepare the future action of that individual in society

  • We will present the common scholastic basis for the concepts of habitus in Bourdieu and habit in Peirce, and present the Peircean concepts. It will become more evident how habitus participates in a process of continuous evolution that can either maintain the models of a society or transform them through the inventive actions of agents

Read more

Summary

Introdução

O sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002) utilizou um conceito-chave em sua teoria da ação: o conceito de habitus. Extraído do posfácio que escreveu para sua tradução do livro Arquitetura gótica e escolástica de Erwin Panofsky (1892-1968), mostra como esse conceito reconcilia a dicotomia sujeito/ sociedade, largamente difundida até então, pois entende o habitus como um conceito mediador. O conceito de habitus foi delineado por Bourdieu de forma revolucionária “[...] para forjar uma teoria disposicional da ação capaz de reintroduzir na antropologia estruturalista a capacidade inventiva dos agentes [...]” Esse aspecto relacional imbricado no habitus aponta para a possibilidade de o entendermos como um signo entre indivíduo e sociedade – um mediador, como ele é entendido pelo próprio Bourdieu. Veremos como o termo habitus é compreendido por Bourdieu e Panofsky, traçaremos a origem filosófica comum entre os estudos de Panofsky, Bourdieu e Peirce para, então, percebermos os pontos que unem os conceitos de habitus, signo, hábito e crenças. Acreditamos que esse percurso auxilia em nosso objetivo, ao concordar com o próprio Bourdieu quando escreve que: “a capacidade de reproduzir ativamente os melhores produtos dos pensadores do passado pondo a funcionar os instrumentos de produção que eles deixaram é a condição do acesso a um pensamento realmente produtivo” (BOURDIEU, 2010, p. 63)

O conceito de habitus
O processo semiótico do habitus
Considerações finais
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call

Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.