Abstract
Os portugueses que migravam para província do Grão-Pará, no século XIX, diversificavam seus investimentos por meio da imprensa, chegando a fundar jornais com características próprias, dos quais se tornavam editores e redatores, oportunizando ao público maior acesso às informações locais e internacionais. Foi assim que a escritora lisbonense Guiomar Torrezão (26/11/1844 – 22/10/1898) se tornou, em fins da década de 1870, correspondente do jornal O Liberal do Pará. Guiomar, na condição de repórter de moda, escrevia periodicamente para as leitoras paraenses, ávidas das novidades estrangeiras tais como: moda, vestimenta, leitura, comportamento, entre outros assuntos. Mas o importante na escrita dessa repórter era a maneira como abordava tais assuntos, introduzindo, em suas correspondências, relevantes questões de feminismo destinadas a essas leitoras. Nessa perspectiva, selecionamos algumas publicações da referida escritora que, por longo tempo, estiveram esquecidas nas páginas dos periódicos oitocentistas – enquanto fonte documental de sua atuação – a fim de ratificar as contribuições da mulher na imprensa do Grão Pará oitocentista.
Highlights
RESUMO Os portugueses que migravam para província do Grão-Pará, no século XIX, diversificavam seus investimentos por meio da imprensa, chegando a fundar jornais com características próprias, dos quais se tornavam editores e redatores, oportunizando ao público maior acesso às informações locais e internacionais
Torrezão era bem enfática em seus conselhos, quando dizia não admitir que a mulher, que caminhava à emancipação, recuasse em favor de algum figurino que a aprisionava aos caprichos malignos das modistas parisienses, ou seja, além de um posicionamento contrário ao que estava em voga na moda francesa, ela demonstrava-se cautelosa acerca das conquistas alcançadas pela mulher e declarava: “Confiando, pois, no juízo prudencial e no fino bom gosto das leitoras, e contando com a sua adesão, desenrolo o estandarte bélico e coloco-me desde já em pé de guerra contra o inimigo, isto é, contra o merinaque!”2 (O Liberal do Pará, Carta n.o 4, n.o 204, 07/09/1879, p. 1)
Esse anseio é fruto de suas elucubrações no sentido de alcançar, para além de uma seção de moda, um inquieto universo feminino que se transformava paulatinamente, a partir do que se lia e escrevia sobre as mulheres: “Mas, como eu ia dizendo à leitora, e restando o fio de nossa conversa quebrado pelos caprichos de minha pena desinquieta e versátil” (O Liberal do Pará, Carta n.o 11, n.o 70, 28/03/1880, p.1)
Summary
RESUMO Os portugueses que migravam para província do Grão-Pará, no século XIX, diversificavam seus investimentos por meio da imprensa, chegando a fundar jornais com características próprias, dos quais se tornavam editores e redatores, oportunizando ao público maior acesso às informações locais e internacionais.
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