Abstract
O uso de água subterrânea vem crescendo como alternativa para o atendimento das demandas hídricas, porém muitas vezes sem o manejo adequado. Este trabalho apresenta o conceito do uso conjunto dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos enquanto ferramenta para criar o elo de conexão entre o conhecimento sobre o meio físico e as decisões no âmbito da gestão da água. São identificadas possíveis estratégias de uso conjunto para uma região no sul do Brasil a partir do cálculo do potencial de benefícios econômicos com uso de ferramenta matemática de simulação e otimização hidroeconômica. Os resultados apontam redução da escassez hídrica e aumento no atendimento das demandas com o uso do manancial subterrâneo, sendo também analisada a integração das estratégias frente à legislação brasileira de recursos hídricos.
Highlights
Os sistemas hídricos superficiais e subterrâneos vêm se mostrando sobrecarregados em diversas regiões no mundo, principalmente devido ao aumento da demanda por água, ocasionado pelo crescimento populacional e econômico (ROSS, 2017, TABARI; YADZI, 2014)
No Brasil, mesmo com uma elevada oferta de água, a má distribuição geográfica deste recurso e a falta de uma gestão eficaz têm contribuído para graves crises de escassez hídricas em algumas regiões do país (ANA, 2010; 2013), tornando cada vez mais urgente o planejamento integrado e a efetividade da gestão dos recursos hídricos (FASAKHODI; Nas últimas décadas, a utilização de água subterrânea aumentou de maneira rápida e intensa, porém sem o acompanhamento técnico adequado (HERRÁIZ, 2009); estima-se que aproximadamente 20% dos aquíferos mundiais estejam atualmente superexplotados (GLEESON et al, 2012)
Na Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria (BHSM) existem em torno de 239 mil ha de área plantada, sendo 65% soja e 35% arroz; a demanda total de água para essas culturas irrigadas foi estimada em 1.776 hm3 por ano; os mananciais utilizados para irrigação são principalmente superficiais
Summary
Além do conhecimento sobre o comportamento hidrológico e hidrogeológico, devem ser explorados os aspectos operacionais e econômicos presentes no manejo integrado dos sistemas superficiais e subterrâneos, de modo a estabelecer um elo de conexão entre o conhecimento sobre o meio físico e as decisões no âmbito da gestão da água. O uso conjunto consiste em uma estratégia de gerenciamento na qual são utilizados, de forma coordenada e integrada, os recursos disponíveis de água superficial e subterrânea, de maneira a explorar as propriedades de ambos mananciais (PULIDO-VELAZQUES et al, 2003, ROSS, 2017) e produzir mais benefícios do que se os mananciais fossem operados de forma independente e isolada (SINGH, 2014, ROSS, 2017).
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