Abstract

Este artigo aborda a espessura de manifestações da cultura popular recifense, os chamados sons não esquizofônicos, surgidos e disseminados a despeito das possibilidades técnicas que constituem o fenômeno da esquizofonia – o rompimento entre a origem e a emissão sonora. Durante a pesquisa, foram fundamentais, além do levantamento bibliográfico, os trabalhos de campo: visitas técnicas e entrevistas semiestruturadas. Foram abordadas a tipologia e a topologia das manifestações não esquizofônicas no Recife, abrigadas, sobretudo, na periferia metropolitana. Enfocou-se o recente adensamento em torno do maracatu na capital pernambucana, e esmiuçaram-se os nexos entre cultura popular e paisagem sonora no bairro dos Coelhos. Trata-se de uma análise do território usado, lançando um olhar sobre o cotidiano de uma metrópole marcada, a um só tempo, tanto por desigualdade socioterritorial, quanto por riqueza e diversidade culturais.Palavras-chave: Uso do Território, Cultura Popular, Esquizofonia, Paisagem Sonora, Recife.

Highlights

  • Com uma história baseada na desigualdade territorial, a cidade do Recife, hoje com 1.599.514 habitantes (IBGE, 2013), abriga vigorosas espessuras de fixos e fluxos geográficos ligados a manifestações musicais de cultura popular, entendidas como um conjunto de práticas erigidas nos lugares que intentam - num processo de conformismo e resistência - deflagrar o que a ideologia dominante quer esconder (Chauí, 1987)

  • Apesar do adensamento em torno dos maracatus e malgrado à forte presença na região de inúmeras manifestações não esquizofônicas, Evandro Sena*, coordenador de música da secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal do Recife, e Rafael Cortes*, coordenador de música da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), pontuam que os agentes ligados à música tradicional, ou não esquizofônica, se mantêm graças ao sistema de incentivo e aos pontos de cultura, muitos deles em condição de “miserabilidade.”

  • O recente adensamento das espessuras ligadas ao maracatu demonstra, entre outros, o modo como ganha corpo, no Recife, a presença da cultura popular no cotidiano da metrópole

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Summary

Introduction

Com uma história baseada na desigualdade territorial, a cidade do Recife, hoje com 1.599.514 habitantes (IBGE, 2013), abriga vigorosas espessuras de fixos e fluxos geográficos ligados a manifestações musicais de cultura popular, entendidas como um conjunto de práticas erigidas nos lugares que intentam - num processo de conformismo e resistência - deflagrar o que a ideologia dominante quer esconder (Chauí, 1987). Isso foi feito em visitas técnicas a lugares conformados e apropriados em torno dos sons não esquizofônicos – sedes de grupos de capoeira e de maracatu, escolas de samba, locais de ensaio, entre outros –, bem como por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas juntos a agentes tais, quais artistas populares, produtores musicais, lideranças de bairro, entre outros.

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