Abstract
A exploração do açúcar na Amazônia remonta às primeiras ocupações europeias na região desde o século XVIII, especialmente no entorno de Belém. O sítio arqueológico Engenho do Murutucu é um exemplo desse contexto histórico, com mais de 300 anos de ocupação. Onde foram realizadas escavações arqueológicas em locais de moradia e trabalho relacionados a grupos escravizados, incluindo uma senzala identificada no sítio. O texto analisa diferenças tecnológicas entre cerâmicas encontradas em áreas distintas do sítio, que poderiam indicar a presença de dois grupos escravizados. Também, são apresentados artefatos como cachimbos que teriam decorações associadas a grupos étnicos africanos específicos. Enquanto, os artefatos em vidro são associados ao domínio técnico e aproveitamento máximo da matéria-prima pelos grupos subalternizados. Por fim é ressaltada a importância do estudo das interações e fronteiras étnicas entre indígenas e africanos nas senzalas da Amazônia colonial. E porque as análises dos vestígios arqueológicossão indicadas como fundamentais para desvelar essas dinâmicas históricas.
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